O governador Romeu Zema (Novo) defendeu, em um encontro com jornalistas nesta sexta-feira (13), a concessão de rodovias, dando como exemplo a MG 424, que está em estudos para a viabilidade de ser pedagiada – apesar de protesto de prefeitos eleitos e população.
O chefe do executivo estadual afirma que o estado não tem condições de fazer melhorias nas estradas do Vetor Norte da região metropolitana de Belo Horizonte (como a MG 10 e a “Estrada Velha”), mas que antes ouvirá prefeitos, vereadores e a população que vive na região.
“Nós vamos deixar do jeito que está? Ou será que é melhor ter uma concessão e ter algum pedágio ali? Então, eles [moradores, vereadores e prefeitos] é que vão definir. Não sou eu que vai definir. Se alguém falar: é melhor viver com gargalo, é melhor não ter pedágio. Não sou dono da verdade. Nós vamos fazer aquilo que as audiências mostrarem”, disse Zema.
“Nós sabemos que o Vetor Norte hoje é um grande gargalo. Quem sai da Cidade Administrativa e quer ir em direção a Sete Lagoas, no sentido Aeroporto de Confins, vai passar por um dos piores trechos que temos no Estado”.
Concessão
Já destinada no Programa de Concessões Rodoviárias como Lote 8, os trechos da MG 10, 424 e LMG 800 terão ao menos 13 praças de cobranças no tipo free flow (que não incidem a instalação de pedágio no tipo tradicional com cancelas). Além da privatização, estão previstas construções de contornos viários em Lagoa Santa, Matozinhos e Prudente de Morais e a construção de pontos de pesagem para veículos de carga.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura (SEINFRA) prevê R$ 3 bilhões em investimentos nas estradas ao longo de 30 anos, mais R$ 1,3 bilhão em serviços aos usuários. Uma consulta pública está aberta e receberá contribuições até o dia 27 de dezembro.
Porém, a proposta não agrada: ao menos dois abaixos-assinados na internet são contra a privatização das rodovias e os prefeitos eleitos de Sete Lagoas Douglas Melo (PSD) e de Prudente de Morais Jocimar Brandão (Avante): “Não podemos aceitar um pedágio que impactaria diretamente a vida dos moradores de Prudente de Morais, que dependem da MG-424 para se deslocar a Sete Lagoas”, diz o chefe do executivo do município, relatando que a instalação de uma praça de pedágio entre as duas cidades seria extremamente prejudicial para a população.