Sob a liderança de Fabiano Silva dos Santos, conhecido como “Churrasqueiro de Lula,” os Correios registraram um aumento significativo em patrocínios culturais durante 2024. Essa expansão ocorre em meio a um prejuízo de R$ 2 bilhões acumulado entre janeiro e setembro deste ano, que pode ultrapassar o déficit histórico de R$ 2,1 bilhões registrado em 2015, no governo Dilma Rousseff.

De 2019 a 2022, o investimento anual médio em patrocínios era de R$ 430 mil. Em 2024, esse valor saltou para R$ 34 milhões, um crescimento expressivo. Entre os eventos apoiados pela estatal, destaca-se a 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá, na Colômbia, que recebeu R$ 600 mil. O evento, realizado em abril, teve como tema “Leia a Natureza” e homenageou o Brasil, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso de abertura.

Os Correios argumentam que o objetivo dos patrocínios é ampliar a visibilidade e o alcance da marca. Juliana Picoli Agatte, diretora de Governança e Estratégia e ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), representou a estatal no evento e palestrou sobre “Sustentabilidade nos Correios: impacto e eficiência para todos.”
Embora os Correios não operem na Colômbia, a estatal defendeu que o valor investido era condizente com as contrapartidas do evento. Além disso, destinou R$ 400 mil à Bienal do Livro de São Paulo, destacando que os patrocínios estão alinhados ao plano estratégico da empresa.
Situação financeira e gestão atual
A situação financeira dos Correios é delicada, com risco de insolvência. A gestão atual atribui parte da crise ao governo anterior e à chamada “taxa das blusinhas,” implementada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Contudo, decisões recentes, como a desistência de uma ação trabalhista bilionária e a assunção de uma dívida de R$ 7,6 bilhões com o Postalis, também são apontadas como fatores que agravaram as contas da estatal.

Apesar das dificuldades, a estatal fixou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões para 2024. O atual presidente da empresa, Fabiano Silva dos Santos, foi nomeado por um grupo de aliados de Lula, sendo um crítico à Operação Lava Jato.
Enquanto isso, o balanço do período de 2019 a 2022, sob a gestão de Jair Bolsonaro, registrou um superávit de R$ 3,7 bilhões. Apesar do desempenho positivo, o governo anterior buscou a privatização da estatal, uma ideia descartada por Lula ao assumir seu terceiro mandato.
com informações do Portal 360