O programa Passando a Limpo recebeu nesta sexta-feira (17) o prefeito de Inhaúma, Max de Oliveira conhecido como Zula (Republicanos). A pauta não poderia ser outra: o “caos” – palavra usada diversas vezes durante o programa – em que se encontra a Prefeitura da cidade após anos de intensos questionamentos e reviravoltas na administração municipal.
Natural da cidade e com 62 anos, Zula acumula longa trajetória política que inclui quatro mandatos como prefeito e dois como vereador. Ele foi prefeito de Inhaúma entre 1997 e 2000, reeleito até 2004, e retornou ao cargo entre 2013 e 2016. Agora, após ser eleito novamente nas eleições do ano passado, assumiu a prefeitura pela quarta vez. O vice-prefeito eleito é Antônio dos Santos, conhecido como “Toninho”, empresário do setor de materiais de construção e que participou de sua primeira eleição.
A eleição de 2024 em Inhaúma foi destaque nacional. Em uma disputa bastante acirrada, Zula foi eleito após empatar com o adversário Carlinhos Piloto (Solidariedade). Ambos receberam exatamente 2.434 votos, mas Zula, de 62 anos, foi declarado vencedor com base no Artigo 110 da Lei 4.737, de 15 de julho de 1965, que estabelece que, em caso de empate, o candidato mais velho é escolhido. Os dois eram os únicos concorrentes na eleição.
O prefeito anterior Geraldo Custódio Silva Júnior, o Juninho, foi cassado em 6 de novembro de 2023. Entre idas e vindas judiciais, quem de fato encerrou o mandato foi o presidente da Câmara Municipal Rodrigo Serralheiro.
Zula contou que em seus mandatos anteriores sempre enfrentou dificuldades financeiras na Prefeitura, “mas não com dívidas” segundo ele. “Ainda estou trabalhando para saber o tamanho do problema”, afirmou o mandatário.
Algumas deficiências mais imediatas já foram identificadas. Zula abordou a precarização de veículos oficiais, de ruas e estradas do município e até mesmo de uma usina de asfalto que havia na cidade. Ele pretende aproveitar esse período de férias para reduzir gastos e fazer um estoque de materiais. Quando começar a estiagem, a intenção é firmar parcerias público-privadas para as obras emergenciais com empresários e fazendeiros da região além de prefeituras vizinhas como Fortuna de Minas e Cachoeira da Prata.
Outra situação preocupante para os cofres municipais diz respeito ao Instituto de Previdência Municipal de Inhaúma (IPREMI). Análises iniciais da atual gestão apontam para a falta de repasse de contribuições mensais dos servidores e esvaziamento do saldo acumulado para cobrir outros pagamentos.
Zula e sua equipe já diagnosticaram também falhas em prestações de contas em convênios firmados pelo município. Isso compromete a obtenção de certidões negativas de débito e a celebração de novos convênios, afirma o prefeito.
Na visão de Zula, os problemas da cidade eram conhecidos tanto pela gestão executiva passada quanto pela Câmara Municipal, além da própria população. Ele interpreta que as denúncias feitas por quatro vereadores de oposição na época mais o trabalho do Ministério Público não surtiram efeitos frente a aquela gestão municipal apoiada pelos outros cinco vereadores da situação.
Zula considera que a situação encontrada em Inhaúma é tão grave que vai comprometer “os próximos quatro mandatos” na cidade, disse. Porém, acredita que terá apoio suficiente da nova Câmara Municipal. “No meu primeiro mandato entrei com a minoria na Câmara mas nunca me preocupei com isso. Sabia que não iria mandar projetos ruins para Câmara”, afirmou.
Ele considera que sua experiência de vida pública será essencial para conduzir o longo trabalho pela frente. E o que motivou a ser prefeito novamente foi sua estima pela cidade: “Eu gosto de Inhaúma e a gente não podia arriscar mais uma vez”, declarou.