Durante a última reunião ordinária da Câmara Municipal de Sete Lagoas (CMSL) realizada ontem (25), a gestora do Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato (MNEGRM), Maria Honorina Pereira Rocha, fez um apresentação sobre o potencial e a necessidade de expansão da área protegida no entorno do patrimônio natural setelagoano. Para que isso se concretize, novos estudos estão sendo feitos no local.

Maria Honorina começou destacando que o MNEGRM é desconhecido até mesmo pela maioria dos habitantes de Sete Lagoas, e que o primeiro pilar para valorizar qualquer patrimônio é justamente buscar conhecimento sobre ele. Além disso, ela pontuou que a Unidade de Conservação é susceptível a impactos negativos dada a proximidade com as rodovias BR-040 e MG-238, às áreas industriais e urbanas, sofre com ocorrência de incêndios, invasão de animais de criação e descarte de lixo no seu interior.
A propriedade rural na qual se encontra o MNEGRM pertence ao Grupo Anhanguera (SP) e contém duas fazendas chamadas de Bocaina e Vitrine. Até 2009 ocorria atividade de mineração no entorno da caverna. Na época o Ministério Público e órgãos ambientais julgaram tal atividade como incompatível com a preservação do patrimônio.
Após o município ter adquirido 15,8 hectares – porção que incluía a gruta -, em 2009 houve a ampliação de cerca de 141 hectares da propriedade para Monumento Natural Estadual. Em 2024 esse monumento completou quinze anos de elevação à tal categoria.

Maria Honorina considera que o aumento da área protegida seria “um legado a deixar para Sete Lagoas”. A intenção é conseguir englobar mais 59,8 hectares da Fazenda Vitrine e 464 da Fazenda Bocaina, totalizando 523,80 hectares.
Para comprovar o potencial de expansão, é preciso seguir algumas etapas, a começar pelos estudos técnicos. O diagnóstico ambiental espeleológico do MNEGRM já está sendo feito e tem prazo estimado de conclusão para fevereiro de 2026. Além da avaliação das rochas, estruturas e topografia de cavernas no local desconhecidas do grande público – 62 já estão sendo prospectadas -, os estudos buscam também vestígios arqueológicos e paleontológicos. Também será preciso complementar com dados sobre a fauna, flora e os recursos hídricos encontrados.
Os resultados deverão ser apresentados à comunidade, às autoridades locais, ao Conselho Consultivo da Unidade de Conservação e ao Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG). Uma consulta pública também deve ser feita e depois disso são esperados os atos legais (decreto ou lei) efetivando a ampliação.
Maria Honorina conta que existe uma sensibilização positiva pelo tema por parte do IEF-MG, além do apoio de autoridades e agentes do governo estadual.
Reveja a apresentação de ontem a partir de 3:19:40: