Com nariz de palhaço, cartazes e vestidos com camisas brancas com os dizeres: “queremos dignidade e respeito, isso é pedir demais???” Servidores demitidos da secretaria municipal de Saúde lotaram o plenário da Câmara na primeira reunião parlamentar de 2014, nessa terça-feira, 04. A intenção das mais de 150 pessoas que perderam o emprego sem uma justificativa convincente era conseguir algum tipo de intervenção do legislativo na demissão em massa. Uma comissão foi montada para se reunir com o prefeito e tentar uma saída para o caso.
Independente de apoio dos vereadores, o movimento entrou na justiça contra o município para tentar reverter as quase 200 demissões, segundo os manifestantes. “Trabalhava há quatro anos no hospital, isso é uma injustiça. Se fosse problema nos contratos como disseram podiam ter resolvido. Estamos sendo perseguidos”, disse uma das manifestantes com um nariz de palhaço que garantiu que todas as pessoas demitidas tinham em comum ações na justiça contra a prefeitura por causa da suspensão do pagamento do vale refeição de R$ 135 por mês.
Durante a comunicação pessoal todos os vereadores falaram do assunto. Padre Décio foi o mais enfático e visivelmente alterado esbravejou. “Não foram respeitados os direitos desse povo. A saúde está sucateada, temos que ver essas atitudes. O povo está sendo oprimido e pisado, é uma vergonha, uma pouca vergonha não podemos ficar calados e omissos nesse processo”, disse o padre arrancando aplausos dos manifestantes.
Com a ausência de Milton Saraiva que não compareceu à reunião, Dr. Euro fez às vezes de líder do executivo na Câmara e prometeu um encontro com Marcio Reinaldo para tratar do assunto. “Vou sentar com ele (prefeito) para conversar e ver o que pode ser feito. Sei que está para sair ainda nesse primeiro semestre o concurso da saúde, mas nesse momento o que posso fazer é isso”, afirmou Dr. Euro.
De concreto os manifestantes conseguiram que fosse formada uma comissão para tentar junto ao executivo uma saída e uma resposta para as demissões. Os vereadores Dr. Euro, Marcelo Cooperseltta, Caramelo, Padre Décio e Milton Martins fazem parte da comissão que vai se reunir com o prefeito nos próximos dias para tentar um entendimento. As demissões foram justificadas pela prefeitura por causa de supostas irregularidades nos contratos.
Por Marcelo Paiva