Alvo de polêmica em todo o país, a parada gay que aconteceu em São Paulo, no domingo (7), não passou despercebida na Reunião Parlamentar realizada na terça-feira (10), na Câmara. Vários vereadores, independentemente de religião, usaram a comunicação pessoal para condenar o evento. A encenação da transexual Viviany Beleboni que apareceu crucificada, a quebra de imagens de santos e outras manifestações foram citadas pelos parlamentares.
Pr. Alcides foi o primeiro a subir a tribuna para externar sua opinião sobre o assunto. Visivelmente incomodado com o ocorrido, o vereador destacou sua “indignação e repúdio pela situação em que nossa nação está passando no que se diz respeito à desmoralização da família tradicional e a afronta aos princípios e valores cristãos”. O vereador finalizou reafirmando sua posição de “cristão e defensor da família tradicional”.
O vereador Padre Décio garantiu que sempre respeitou o movimento LGBT que “luta pelos direitos, justiça, igualdade, partilha”, mas lamentou o ocorrido. “Vi ali um desrespeito. Como cristão católico jamais poderia ficar omisso e calado diante de uma situação dessas. O que eles semearam ali foram ódio e discórdia, não foi busca de partilha, repudio sim”, externou.
Se lembrando da época de escola em que cursava a matéria de Educação Moral e Cívica, Milton Martins afirmou: “estou vendo uma blasfêmia contra Deus e uma falta de respeito ao próximo. Devemos exigir respeito e não é agindo dessa forma agressiva a fé dos outros que vão adquirir respeito”, protestou se referindo a comunidade LGBT. “Não podemos permitir que símbolos religiosos sejam tripudiados. Devemos exigir do judiciário que tomem as devidas providências”, completou.
O petista Dalton Andrade ponderou sobre uma suposta supervalorização dos fatos registrados durante a parada gay. “Pegam um detalhe. Tem várias manifestações religiosas dentro do evento e pegam um fato colocando um moralismo galopante como aquilo se estendesse a toda passeata gay. Muito mais nefasto é o avanço do conservadorismo dentro da República”, opinou.
Com formação católica, o vereador Marcio Paulino foi outro que usou o espaço para comentar e condenar a manifestação. “Todos têm o direto de fazer a passeata em busca de um objetivo e não de denegrir imagens seja qual forem. Principalmente quando se trata do filho de Deus”, avaliou Lulu torcendo que o movimento LGBT de Sete Lagoas “seja organizado e traga benefícios”.
Marcelo Cooperseltta disse que não podia se omitir. “Não estamos aqui falando de religião, estamos falando de Cristo”. O vereador citou ainda um versículo bíblico e emendou dizendo que “as imagens falam por si. A que mais me indignou foi a de um homem com um crucifixo introduzido no ânus”, lembrou antes de mudar de assunto.
Afronta foi o termo usado também por Gilberto Doceiro que se disse angustiado com a situação. “É uma manifestação de afronta ao Criador, a fé, aos idosos, aos jovens, as crianças e as famílias de bem dessa nação que acreditam que a família é a base da sociedade. Foi um desrespeito total a todos que cremos na família como macho e fêmea. Quando fugimos desse padrão criamos um clima que não é natural. É um direito da pessoa fazer do seu corpo o que quiser, mas não pode impor na sociedade que isso seja algo normal”, disse em tom elevado.
O presidente Pr. Fabrício Nascimento foi o último a se pronunciar sobre o assunto e classificou como “intolerável” os atos divulgados durante a manifestação. Fabrício afirmou também que assina embaixo de tudo que os outros vereadores haviam dito e que seu repúdio não era questão religiosa. “As pessoas (LGBT) que pedem tolerância agem com atos intolerantes”, disse ao garantir que respeita a comunidade LGBT da cidade.
Renato Gomes, Marli de Luquinha, Caramelo e Dr. Euro Andrade também fizeram sua comunicação pessoal e relataram assuntos diversos.
Com Ascom Câmara