O secretário municipal de Saúde, Breno Simões, esteve na Câmara nessa terça-feira (07) para prestar esclarecimentos sobre a dívida do município com o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG). A recente veiculação por jornais da cidade sobre a divergência no montante da dívida motivou o vereador Milton Martins (PSC) a elaborar um requerimento convocando Breno para prestas esclarecimentos.
O gestor da saúde do município não escondeu sua insatisfação com a Irmandade Nossa Senhora das Graças pela divulgação das informações e reconheceu oficialmente que a prefeitura está em débito com a instituição. Mas, ainda segundo o secretário, os valores informados pelo hospital são diferentes dos que o município afirma dever.
“Não negamos um débito com a instituição, mas a diferença entre o que nós entendemos dever e o que a instituição diz que devemos é gritante. Procuramos dialogar e conversar com a instituição, mas o assunto ganhou as ruas antes de ser discutido nos gabinetes”, afirmou Breno que admitiu uma dívida de R$ 2,1 milhões, diferentemente dos R$ 5,4 milhões divulgados pela direção do HNSG. Breno informou que foram repassados R$ 3 milhões em maio e mais R$ 1 milhão em Junho para a entidade.
O município, conforme esclarecimento de Breno, “fez um levantamento criterioso da dívida” e apurou que R$ 1,2 milhão seria de responsabilidade do Estado. “Essa conta não é nossa (prefeitura), é do Estado e vamos brigar junto com a irmandade para receber”, garantiu o secretário que citou atrasos do Estado com o município em outros contratos que voltaram a ter alguns repasses em abril deste ano.
Depois da manifestação de Breno, Milton Martins reforçou que “a prefeitura deve para o hospital e coloca a instituição em xeque, é muito dinheiro”, pontuou. O vereador completou afirmando que “a saúde não anda bem. Exame não tem e medicamento não tem, não concordo quando dizem que está tudo tranquilo. Se deve tem que ter uma programação mais rápida”, cobrou.
Pr. Alcides foi outro que teve requerimento atendido com a presença do secretário durante a Reunião Ordinária. O vereador cobrava esclarecimentos sobre a marcação de consultas, falta de exames e de especialistas em algumas áreas como pediatria, cirurgia geral, nutricionista, hematologia, gastroenteorologia, neurologia e cardiologia.
“A demanda reprimida é muito grande”, afirmou Alcides se referindo que “o critério cronológico de marcação é um imbróglio”. Antes de ouvir Breno, Alcides pediu atenção especial para a marcação de consultas e exames como ressonância magnética e colonoscopia.
Por sua vez, Breno minimizou os problemas e afirmou que a oferta para alguns exames é maior que a demanda. Pr. Alcides reforçou que a realidade da população não seria bem esta, mas o secretário se defendeu dizendo que as reclamações não estariam chegando até a secretaria.
Vários vereadores se manifestaram após as apresentações para contribuírem com o debate. Dr. Euro disse que já se reuniu com a direção do hospital em busca de uma saída. Marcelo Cooperseltta se mostrou favorável ao corte do município em algumas áreas para mais investimentos na saúde. Caramelo citou um suposto mau atendimento a uma pessoa recém-operada.
Milton Saraiva disse que a saúde na cidade não é a ideal, mas lembrou do exemplo de Lagoa Santa onde a Santa Casa está fechada. O líder do governo na Câmara, Renato Gomes, citou que por mais que tenham crescido o número de ESFs e unidades, a saúde pode não estar ideal.
Finalizando o debate, Milton Martins afirmou que representantes do HNSG serão convidados a comparecerem na Câmara na próxima semana para relatarem sua versão dos fatos. “Tomara que até lá os pagamentos tenham sido feitos”, disse Martins.
Da redação