Moradores de Sete Lagoas vêm notando falta de padronização nos cálculos da fatura de fornecimento de água do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), onde não existe um valor fixo para o metro cúbico de água. Além dos valores, as reclamações são também pela qualidade do serviço prestado. O SAAE afirmou que não houve aumento de tarifa, “mas ajuste das Classes de Consumo”.
De acordo com o SAAE, o objetivo da mudança na Classificação das Faixas de Consumo é exatamente desestimular o desperdício de água, procurando favorecer aqueles que consomem com responsabilidade e penalizar os que têm altos consumos com desperdício.
O vereador Marcelo Cooperseltta (PMN) apresentou em Reunião Ordinária da última terça-feira (11) um Anteprojeto de Lei que busca regulamentar os serviços públicos de água e esgoto, prestados pelo SAAE, obtendo unanimidade na votação dos outros vereadores em turno único. De acordo com Marcelo, é um absurdo a taxa que cobra o tratamento de água, sem ao menos existir em Sete Lagoas estações compactas para tratamento de efluentes e água.
Em Sete Lagoas o abastecimento de água provém 100% de fontes subterrâneas, em poços, que de acordo com o SAAE possui “processo de produção mais complexo e oneroso”. Informaram ainda que se comparado a outros municípios o consumo de água de Sete Lagoas é “elevadíssimo” e para produzir essa água o SAAE tem gastado muito.
Outra cobrança da população é com a qualidade da água que chega a suas casas. Também na reunião Cooperseltta levou uma amostra e declarou que a tarifa do SAAE, se reajustada, deve garantir um serviço eficiente, coisa que não acontece atualmente. “Como podemos aceitar mais um aumento, sendo que o que a população paga não é proporcional com o serviço recebido?”, questionou o vereador apresentando a água de má qualidade.
Há muito tempo o morador Dawson Campos Figueiredo vem discordando do sistema de cálculo da autarquia, e começou a observar as contas com mais cuidado. “É só verificar o consumo da minha residência que no mês de junho teve um consumo de 20 metros cúbicos (m3) totalizando R$ 78,52 e em julho consumiu-se 30m3 que totalizou R$ 200,08, valor esse totalmente absurdo, sendo que a fatura não poderia ultrapassar R$ 90,47, de acordo com o Decreto 5.156 de 25/03/2015”, exemplificou o morador.
“A autarquia está cometendo um abuso e, com certeza prejudicando muitos consumidores no que se diz respeito a mudança na forma de cálculo do consumo. Além do consumidor pagar valores diferenciados no metro cúbico da água, de acordo com a faixa em que se enquadra, para compor a fatura, é somado os valores das faixas dos limites ultrapassados pelo consumidor”, declarou Figueiredo.
Em resposta o SAAE informou que os consumidores que considerarem que houve alguma distorção nos valores de sua conta, devem procurar a Central de Atendimento do SAAE que, se for o caso, a revisão será feita.
Por Cristiane Cândido