O vereador Euro Andrade (PP) convidou representantes da Irmandade Nossa Senhora das Graças (INSG), mantenedora do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) para apresentarem dados sobre a situação financeira da entidade. Durante a Reunião Ordinária dessa terça-feira (3), o presidente do conselho de administração, Éber Henrique Campos Moreira, e o diretor, Cléber Amorim, reforçaram as dificuldades e apresentaram um déficit mensal aproximado de R$ 800 mil por mês.
Um dos principais problemas apresentados pelos gestores para a situação atual é que 70% dos atendimentos são pagos pela tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) que não sofre reajuste há 20 anos, segundo Dr. Euro. Alguns dados mostraram a dimensão do HNSG que é considerado de grande porte.
“É a quarta maior maternidade do interior, tem 815 colaboradores. São feitos mais de quatro mil partos por ano, 12 mil internações, mais de 50 mil atendimentos de urgência e emergência. São feitas mais de 5,6 mil cirurgias e acima de 7,3 mil sessões de quimioterapia por ano”, divulgou Cléber.
A despesa média mensal da unidade é de quase R$ 6 milhões. O custo médio variável consome cerca de R$ 3 milhões e o contingente de custos fixos chega a outros R$ 3 milhões aproximadamente. Reduções de 10% no contrato SUS e queda de 20% nos convênios são apontados também como fatores que contribuíram para a dificuldade financeira.
O vereador Euro Andrade defende que precisa haver uma melhora na tabela SUS. Gilson Liboreiro (PSL) adiantou que na próxima semana participará de reunião em Belo Horizonte em que a pauta principal será a revisão dos valores da tabela. “É um caminho muito difícil, mas estamos nessa campanha”, garantiu.
Gonzaga (PSL) quis saber como o hospital sobrevive com um déficit de 800 mil por mês. “É possível contornar essa situação? Qual caminho vocês teriam porque se fosse pessoa física não teria como continuar”, sentenciou. Cléber respondeu que trabalha em três frentes. “Gerar receita, reduzir custos ou gerar receitas através de ativos. O primeiro trabalho é evitar o aumento do fluxo negativo”, respondeu. A negociação para que o repasse do município não diminua é uma das alternativas de momento.
Uma reunião com o prefeito para tratar da situação está em processo de agendamento, revelou a vereadora Marli de Luquinha (PSC). Uma comissão composta por três parlamentares e representantes da Irmandade foi sugerida por Dr. Euro para o encontro. “A maternidade gasta R$ 1,2 mil e recebe R$ 600. Não tem conta que fecha”, emendou o médico que disse ainda que saídas paliativas podem acontecer, mas que algo definitivo só será conseguindo com a revisão da tabela SUS.
Para finalizar, o presidente Claudio Caramelo (PRB) valorizou que em cinco anos como vereador foi a primeira vez que viu os números com a clareza com que foram apresentados. O vereador disse também que o que estiver ao alcance da Câmara. “Ninguém vai se furtar em ajudar”, afirmou.
Da Redação com Ascom Câmara