O ministro confirmou estar em Sete Lagoas no exercício do cargo e que não faria comentários sobre as escolhas do prefeito. “Não vamos confundir as coisas. Estou em Sete Lagoas como ministro de Estado, o prefeito é meu amigo pessoal e o Flávio (Flávio de Castro, secretário de Planejamento) é meu amigo e foi meu chefe de gabinete. O Ministério trabalha na linha republicana e não acho razoável tecer qualquer comentário sobre o trabalho e as escolhas do prefeito”, ressaltou Patrus Ananias.
Patrus Ananias, que tem fortes ligações com Sete Lagoas – sua esposa é natural da cidade – preferiu a linha mais diplomática e afirmou que o melhor para a cidade seria “somar as forças do bem”. “Eu inclusive manifestei meu apoio ao Maroca durante a campanha”, reforçou. Ananias fez questão de frisar que quem escolhe a equipe é o técnico “e o técnico é o Maroca. Muitos programas que temos em atividade na cidade têm o apoio do Município”.
Mesmo sem entrar no mérito da questão que envolve o possível racha entre o PT e o PSDB na cidade, Patrus Ananias mostrou números relativos à assistência social no município, pasta comandada por Lea Braga, que teria sido indicação de seu grupo e cuja saída do Governo Maroca teria sido a gota d’água para o rompimento. Entre outras ações, ele citou o Bolsa Família, com o qual são gastos cerca de R$ 706 mil por mês para atender 8,9 mil famílias; os 600 jovens beneficiados pelo Projovem Adolescente, que até dezembro pagou cerca de R$ 300 mil, além de ações como “Atenção à Família”, “Atenção ao Idoso”, à “Pessoa com Deficiência”, Compra Direta” e “Banco de Alimentos”.
CANDIDATO AO GOVERNO – Ao contrário do que fez em relação ao quadro entre PT e PSDB na cidade, Patrus Ananias foi claro e enfático ao afirmar que visa ser candidato do Governo de Minas nas próximas eleições. “Não considero outro caminho senão o de pré-candidato”, frisou. Para encarar a empreitada, o ministro leva em conta a experiência de quatro anos como prefeito de Belo Horizonte e os seis anos em que está à frente do Ministério do Desenvolvimento Social.
Para Ananias, o legado é grande. “Tenho que levar em conta meus quatro anos como prefeito de Belo Horizonte, onde tivemos resultados altamente satisfatórios, e os seis anos em que estou à frente do Ministério. Foram muitos projetos, um trabalho fantástico, e por isso quero governar Minas Gerais”, disse. Sobre a aliança entre o PT e o PMDB, defendida pelo Partido dos Trabalhadores em nível nacional, além do próprio presidente Lula, Patrus considera importante a caminhada conjunta. “O PMDB é o partido com o qual temos mais alianças nos Estados e Municípios e não pode ser descartado porque traz viabilidade eleitoral e governabilidade”, explicou.
O desejo é mesmo de ser candidato. “Trabalho para ser governador de Minas Gerais, mas se meu desejo vai se realizar só a história vai dizer. O único motivo que me faria desistir da idéia e do projeto é se o José Alencar (vice-presidente da República) for candidato ao cargo majoritário”, concluiu.