O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta segunda-feira (29) a decisão que autorizou a operação contra empresários apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL) na terça-feira da semana passada (23).
A decisão de 32 páginas era mantida em sigilo até hoje e foi baseada em conversas de WhatsApp entre empresários que estariam discutindo um golpe, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença a eleição de outubro. Moraes autorizou o recolhimento de aparelhos, o bloqueio das contas bancárias e a quebra do sigilo bancário dos empresários.
“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleo de produção, publicação e financiamento e político absolutamente idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia. Por tanto, em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas”, escreveu Moraes em sua decisão.
Ainda de acordo com a argumentação, estes empresários financiaram diversas ações para desestabilizar as instituições em benefício de Bolsonaro, como aluguéis de caminhões durante os atos do Sete de Setembro de 2021.
Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu, foram os alvos da operação da Polícia Federal.
A operação foi aberta por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem foi expedida na última sexta-feira (19), depois que o portal Metrópoles revelou mensagens golpistas em um grupo de WhatsApp dos empresários.
A decisão recebeu críticas do chefe do Ministério Público Federal, Augusto Aras, que disse não ter sido consultado sobre a operação, que foi flagrado na interceptação das mensagens. O presidente Jair Bolsonaro (PL), entidades conservadoras e outros aliados do Planalto também criticaram a operação e citaram um suposto abuso de poder do ministro Alexandre de Moraes.
Da redação com Itatiaia