No mês em que é celebrado o dia da Consciência Negra (20 de novembro), acontece na cidade a segunda edição do Festival da Cultura Negra. Dentro da programação uma Audiência Pública, no Legislativo, debateu políticas de enfretamento ao racismo. Representantes do Conselho Municipal de Igualdade Racial (COMPIR), vereadores e envolvidos no assunto engrossaram a necessidade de ações efetivas sobre o assunto.
Rodrigo Braga (PV) e o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, Caio Valace (Podemos), foram os responsáveis pela condução dos trabalhos que aconteceram na quarta-feira (16). Para Rodrigo, “é um momento único e agradeço a cada um que veio para falar e debater políticas públicas e mecanismos para defesa e igualdade racial”.
Caio Valace reforçou que o Legislativo está em um novo tempo e “cada vez mais aberto para ouvir todos os segmentos da população para uma construção conjunta”. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “os pretos estão em desvantagem no mercado de trabalho, na escolaridade, no acesso a bens e serviços e estão mais sujeitos a violência”, reforçou Braga.
A presidente do COMPIR, Juliana Freitas, elencou ações e demandas em que precisamos avançar. “É preciso a inclusão da população negra no orçamento; o fortalecimento da educação pública de qualidade e combate à evasão escolar. Queremos educação antirracista e antidiscriminatória. Queremos a secretaria da juventude de volta”, pediu.
Uma das importantes vozes da cidade sobre o assunto e inserção de qualquer segmento é a de Paulinho do Boi que lamentou o “desmantelamento da secretaria de cultura”. O artista defende que “é preciso pensar em política que aborde nossas expressões de matriz africana com o devido merecimento. Hoje a política dá para A, mas não dá para B. temos instituído um retrocesso na política cultural da cidade”, opinou.
Os números reforçam a necessidade urgente de intervenções dos poderes públicos. A advogada Joseane Veridiana afirmou que o país registrou recentemente mais de 66 mil estupros e que “a chance de uma mulher negra ser estuprada é 11% maior que uma mulher branca”.
Ações direcionadas para a educação precisam ser ampliadas para uma realidade diferente, entende a vereadora Heloísa Frois. “Temos que trabalhar educação infantil, criança não nasce preconceituosa. Educação deve ser o passo inicial”, defende.
Com Câmara Municipal de Sete Lagoas