O vereador de Belo Horizonte, Léo Burguês, membro da União Brasil, renunciou ao seu mandato nesta quarta-feira (8 de fevereiro de 2023) durante uma reunião do Plenário, que decidia sobre a abertura de um processo de cassação contra ele. A investigação da Polícia Civil, que resultou no indiciamento de Burguês por suspeita de rachadinha, foi divulgada em 27 de janeiro. A suplente, Janaína Cardoso, deve substituí-lo e tomar posse como vereadora dentro de 30 dias.
O parlamentar anunciou a sua renúncia após a leitura da representação contra ele por quebra de decoro parlamentar. Antes de os vereadores votarem sobre a aceitação ou não da denúncia para a abertura do processo de cassação, Burguês se manifestou e exibiu um vídeo que apresentava o ex-vereador Carlos Henrique, do PTB, apresentando ao presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel (sem partido), um pedido de cassação do vereador Ciro Pereira, também do PTB. Gabriel teria afirmado: “No meio desse negócio do Léo Burguês vem você fazer isso”.
Léo Burguês foi indiciado pela Polícia Civil por diversos crimes, incluindo peculato, corrupção passiva e corrupção ativa, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. De acordo com o inquérito policial, os servidores da Câmara Municipal devolveram parte dos seus salários ao vereador. Além disso, foi constatada a existência de funcionários fictícios que recebiam salários sem exercer qualquer atividade.
No final de janeiro, um advogado protocolou um pedido de cassação do vereador Léo Burguês na Câmara Municipal de Belo Horizonte. No dia 6 de fevereiro, a Câmara Municipal recebeu oficialmente o pedido. Na reunião desta quarta-feira (8), os vereadores votariam se a denúncia seria aceita ou não. Se fosse aceita, uma comissão processante seria criada para investigar se houve quebra de decoro por parte do vereador, e teria 90 dias para apresentar um relatório final. O relatório final poderia ou não indicar a cassação do vereador.
Em uma coletiva de imprensa, Léo Burguês disse que renunciar ao mandato foi uma decisão muito difícil, mas que ele sai da Câmara Municipal de Belo Horizonte tranquilo para se defender na Justiça. O vereador afirmou que renuncia ao cargo para evitar que o processo de cassação prejudique o andamento de sua defesa perante o Poder Judiciário.
“Apesar da tranquilidade com relação aos fatos a mim imputados na questão jurídica, ontem me reuni com minha família e, em atenção ao pedido deles, e, hoje, com vários assessores meus, em atenção também ao pedido deles pela exposição, por tudo o que eles enfrentam junto comigo nesse processo, eu entendi que o melhor era renunciar”, afirmou.
Da redação com o G1.