Por cerca de 3 horas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu perguntas de investigadores da Polícia Federal sobre o caso que apura a inserção de dados no ConecteSUS, não só dele, mas também de sua filha mais nova, Laura, bem como de outros assessores e seus familiares.
De acordo com o jornal O Tempo, o ex-presidente disse à PF que não tem conhecimento das fraudes no sistema do Ministério da Saúde e que nunca deu ordem para que nenhum funcionário inserisse qualquer dado nos cartões de vacinação. A suspeita é de que os dados sobre a vacinação contra a Covid-19 tenham sido fraudados. Este é o terceiro depoimento que ele dá à PF desde que voltou dos Estados Unidos para o Brasil.
A operação de fraude
Deflagrada em 3 de maio, a operação que investiga as fraudes prendeu seis pessoas, entre elas o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato dele como presidente da República. Segundo as investigações, Cid fazia parte do grupo ligado a Bolsonaro que inseriu informações falsas no ConecteSUS para obter vantagens ilícitas e emitir certificados de vacinação contra a Covid-19.
Além de Bolsonaro e da filha, foram emitidos certificados de vacinação com dados falsos em nome de Cid, da esposa dele e das três filhas do casal.
De acordo com a PF, os dados de vacinação do ex-presidente foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde em Duque de Caxias, mesma cidade onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa.
Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal (PF) que emprestou a senha para o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Brecha também foi preso durante a operação de 3 de maio.
De acordo com a jornalista Júlia Duailibi, do G1, devem prestar depoimento na investigação o coronel Mauro Cid, na quinta-feira (17), e a esposa dele, na quarta-feira (18).
Da redação com O Tempo e G1