O vice-procurador-geral para Assuntos Eleitorais, Paulo Gonet, solicitou a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político durante uma reunião com embaixadores no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Gonet argumentou que há elementos evidentes que justificam o afastamento de Bolsonaro das eleições de 2022, incluindo desvio de propósito e busca de vantagens eleitorais. Após declaração de Gonet, o presidente do TSE suspendeu a sessão, que será retomada na próxima terça-feira com os votos dos ministros.
O vice-procurador-geral para Assuntos Eleitorais, Paulo Gonet, pediu nesta quinta-feira (22) a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político. Ele fez sua declaração na primeira fase do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a conduta do ex-presidente durante reunião com embaixadores em julho do ano passado. Durante a reunião, Bolsonaro lançou ataques ao sistema eleitoral brasileiro sem fornecer qualquer evidência de fraude ou outras irregularidades.
Segundo Gonet, há elementos “claramente evidentes” que justificam o afastamento de Bolsonaro das eleições, como desvio de propósito e busca de vantagens na disputa eleitoral de 2022, além da gravidade de sua conduta. “A conclusão do processo leva ao entendimento de que o evento foi desvirtuado em uma manobra para fins eleitorais, configurando desvio de finalidade”, afirmou o subprocurador-geral para Assuntos Eleitorais em sua apresentação no TSE.
Após a declaração de Gonet, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, suspendeu a sessão e anunciou que o julgamento seria retomado na terça-feira (27), às 19h, com os votos dos ministros.
A maior parte da sessão desta quinta-feira (22) foi dedicada à leitura do relatório do Ouvidor Eleitoral, Benedito Gonçalves. Ele será o primeiro a votar quando a sessão recomeçar. A sessão contou ainda com as sustentações orais das partes envolvidas e com a leitura do parecer do vice-procurador-geral da República para Assuntos Eleitorais, Paulo Gonet, que reforçou o argumento da inelegibilidade de Bolsonaro e a absolvição de Braga Netto, que foi vice de Bolsonaro na eleições de 2022.
Da redação com O Tempo