O governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva optou por manter em segredo, pelos próximos cinco anos, a relação dos indivíduos que ocuparam 57 quartos no luxuoso JW Marriott Grosvenor House, em Londres. Durante essa estadia, o governo brasileiro desembolsou R$ 1,47 milhão, sendo R$ 140 mil destinados a duas salas de reuniões no hotel.
A viagem à Inglaterra ocorreu em maio para a coroação do rei Charles III, após o falecimento de sua mãe, Elizabeth II. A Secretaria de Comunicação da Presidência foi contatada para esclarecimentos, mas ainda não respondeu.
Além da equipe oficial, membros do Escalão Avançado, responsável pela preparação da viagem, também se hospedaram no hotel de 26 de abril a 9 de maio. Lula chegou em 5 de maio, um dia antes do evento na Abadia de Westminster. A diária do quarto presidencial, onde Lula e a primeira-dama Rosângela Silva, conhecida como Janja, ficaram hospedados, custou R$ 43.986,60. No total, 80 pessoas participaram da viagem.
A Casa Civil explicou que a lista dos servidores que compõem as comitivas técnica e de apoio é considerada informação reservada pelo Gabinete de Segurança Institucional.
Apesar de negar o acesso à lista de hóspedes do hotel, a Casa Civil classificou a resposta como “acesso concedido”, violando o princípio da publicidade. O governo impôs sigilo de 100 anos a 1.339 pedidos de informação, incluindo dados sobre visitas à residência presidencial e telegramas diplomáticos.
Durante sua campanha em 2022, Lula prometeu revogar o sigilo de 100 anos e tornar públicas informações classificadas pelo governo anterior. O GSI também se recusa a divulgar a lista de passageiros em viagens oficiais, justificando preocupações com a segurança presidencial.
A viagem a Londres não teve uma agenda de negócios específica, ao contrário de outras viagens oficiais que envolveram maior número de participantes. Por exemplo, a delegação brasileira na COP-28 contou com 1.337 pessoas, enquanto na viagem à China foram cerca de 73 autoridades.
da redação com informações do Estadão