Em coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira, 15 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores anunciou a decisão de romper a aliança de apoio ao governo do prefeito Mário Márcio Campolina, o “Maroca”, firmada de forma conjunta com o PSDB de Sete Lagoas.
A aliança já vinha sendo realizada desde as eleições de 2004 e se repetiu em 2008, quando Maroca foi eleito.
A decisão foi tomada na noite de ontem, durante reunião do diretório do partido. De acordo com o divulgado, foram 19 votos favoráveis ao rompimento, uma abstenção e um voto contrário.
Silvio de Sá, presidente do PT de Sete Lagoas, informou que nos 26 meses que o PT participou do governo, foram várias às tentativas de influenciar a prefeitura em relação às bandeiras históricas do partido. “Nossa aliança tinha o objetivo de interferir nas políticas do governo do município, mas não tivemos os canais efetivos para conduzir estas mudanças”, informou.
Silvio, também falou que o PT passa a fazer oposição propositiva e programática à prefeitura. Questionado sobre se a decisão teria alguma relação com as eleições de 2012 Silvio falou que não existe uma ligação direta, mas que isso vai fazer com que o PT fique livre para pensar suas alianças para 2012. “O prefeito é uma pessoa boa, mas faltou romper com algumas forças políticas da cidade”, avaliou.
Durante a reunião também foi lido o documento com a decisão do partido, que informa que os filiados que detêm cargos de confiança estão convocados a deixarem suas funções em cargos, e que os filiados que pretendem continuar em cargos de confiança devem pedir licenciamento do partido. De acordo com o documento, o PT também não será mais base de apoio do Executivo na Câmara Municipal. E que o vereador Dalton Andrade vai ler o documento aprovado pelo partido em plenária da Câmara.
Após a coletiva, o SeteLagoas.com.br fez uma rápida entrevista com Silvio de Sá.
Mesmo enquanto era base de apoio ao prefeito na Câmara, a bancada do PT era pouco propositiva em relação a alguns temas, como por exemplo a questão da pavimentação, abrindo mão de propor uma política pública para o executivo. O que vai mudar agora que o PT não esta mais na base do governo?
Nossa bancada vinha sendo bastante ativa e propositiva, e agora nossa bancada terá mais liberdade para propor e fiscalizar. Vamos apoiar todos os projetos que são positivos para a população. E passaremos a ter uma maior fiscalização, mas sempre de forma responsável. Sem as amarras impostas pela coalizão, nossos vereadores ficaram mais livres para atuar no legislativo.
E por que o partido não foi mais propositivo durante a coalisão?
Não podíamos gerar desgastes com a Prefeitura, pois tínhamos um apoio a um projeto de mudança que era representado pela eleição do prefeito. Mas o embate tem que ser menos agressivo, visando a construção de uma política diferente. Agora nossa bancada vai ter maior liberdade. Também vamos retomar nossa política mais ligada às bases sociais do partido.
Como fica a relação do PT com o PSDB em Sete Lagoas depois desta decisão, que chega justamente quando, a nível nacional, algumas figuras do PSDB passam a fazer uma política menos agressiva ao PT?
A grandeza da democracia é justamente poder expor a crítica para avançar. E acreditamos que vamos continuar com uma atuação que visa esclarecer a população de forma bastante responsável.