Durante o período chuvoso, os municípios de Cordisburgo e Caetanópolis, que ficam próximos a Sete Lagoas, utilizam uma técnica simples que consiste nas barraginhas, usadas para amenizar os efeitos negativos das inundações e o grande volume de enxurradas.
Há três anos, a construção de barraginhas vem mostrando resultados positivos para a contenção das águas pluviais na região Central de Minas Gerais. A técnica, que hoje ajuda a cerca de 120 famílias, é desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo em Sete Lagoas. “Recebemos um convite da prefeitura para elaborarmos um diagnóstico e apresentarmos uma possível solução para um problema recorrente que atinge as famílias do bairro Mangueiras, em Caetanópolis”, explica o engenheiro agrônomo Luciano Cordoval de Barros, coordenador do projeto.
A construção das barraginhas é financiada pela Petrobras, por meio do projeto “Desenvolvimento e Cidadania”. Em Caetanópolis, a iniciativa foi resultado de uma parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo, a Prefeitura Municipal e a Defesa Civil.
A técnica é usada para contornar os efeitos provocados pelas chuvas intensas. Até a época das chuvas no ano passado, esses moradores tinham medo do grande volume de lama que descia junto com as enxurradas. “A gente vivia em pânico. Muitas vezes tinha que acordar durante a noite com uma enxada para retirar a lama que insistia em entrar na casa”, relata dona Maria Geralda Rodrigues de Souza, uma das moradoras do bairro Mangueiras.
Segundo Luciano Cordoval, o que foi feito em Cordisburgo e em Caetanópolis, também poderá ser levado para outras cidades. “É muita tristeza que a gente vê neste final de ano, com todos esses problemas de inundações, desabamentos e das pessoas perdendo as coisas. Se existir uma maneira de ajudar essas pessoas…”, relata dona Maria Geralda. Ela ainda conta, que todos os anos era a mesma coisa: vizinhos perdendo móveis, eletrodomésticos e as próprias casas com as chuvas. “Hoje, durmo tranquila, graças a Deus”, finaliza.
De acordo com o coordenador municipal de Defesa Civil de Caetanópolis, Silênio Sales Barbosa, a construção das barragens foi a medida mais eficaz para contornar o problema. “Este ano já choveu muito e não registramos nenhuma ocorrência de desabamento ou inundação. Como medida preventiva, vamos construir mais cinco barragens para evitar os efeitos de chuvas mais fortes”, relata. Outro benefício das barragens é o aumento do nível de água nos depósitos naturais, refletindo na preservação das nascentes.
Mais informações sobre a técnica podem ser obtidas na Embrapa Milho e Sorgo por meio do telefone (31) 3027-1272 ou pelo e-mail nco@cnpms.embrapa.br.
Da redação, com informações da Embrapa