Sentarão no banco dos réus na próxima segunda-feira (29) quatro dos nove envolvidos no assassinato do então vereador de Funilândia Hamilton Dias de Moura, em julho de 2020.
Entre os indiciados está Ronaldo Batista de Morais, ex-vereador, sindicalista e acusado de ser o mandante do crime. Ao todo, são nove pessoas envolvidas no crime; cinco já foram condenadas e uma delas morreu na prisão. Se condenados, os autores cumprirão pena em regime fechado, porém, têm direito de recorrer.
O caso
Segundo as investigações, a motivação do crime envolve um desentendimento iniciado cerca de dez anos antes, quando Hamilton Moura e Ronaldo Batista, que faziam parte do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTRBH), passaram para lados opostos. De acordo com a denúncia do Ministério Público, após Ronaldo assumir a presidência do sindicato, em 2011, Hamilton foi afastado. Ele constituiu um novo órgão de classe e passou exercer oposição ao STTRBH, cooptando membros da entidade.
Ronaldo perdeu receita e começou a ser alvo de ações judicias dos antigos associados, incentivadas pelo novo sindicato e por denúncias de Hamilton ao Ministério Público do Trabalho. As investigações concluíram que Ronaldo liderou uma organização criminosa, envolvida em fraudes e desvios de valores em sindicatos, e planejou o assassinato, junto com outros dois homens. O ex-vereador está preso desde outubro do ano passado.
Ainda segundo as investigações, os três contrataram um ex-policial penal e um policial militar para executar o crime, mediante pagamento de R$ 40 mil. A dupla passou a monitorar a rotina da vítima e, como Hamilton vendia lotes na cidade, fingiu estar interessada na compra. Além disso, usou um perfil falso de mulher nas redes sociais para marcar um encontro com o vereador.
Hamilton foi morto a tiros no dia 23 de julho de 2020, dentro do carro, próximo a uma estação de metrô, na Região Oeste de BH. Segundo a denúncia, o autor dos disparos foi o ex-policial penal, que contou com a ajuda de outro homem.
Os demais acusados tiveram participações diversas. Um deles foi contratado para adulterar o cano da arma, para que ela não fosse identificada em uma eventual perícia. Outro adulterou os vidros do veículo que os executores usaram no dia do crime. Uma mulher foi acusada de guardar e transportar a arma utilizada no homicídio.