O treinador de handebol Francisco Júnior Corrêa Mota (34 anos) foi acusado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por crimes sexuais e agressões contra adolescentes de 13 a 17 anos em Pompéu. As denúncias incluem maus-tratos, estupro, importunação e assédio sexual – o técnico é considerado fugitivo pela Justiça.
Segundo o MPMG, Francisco teria abusado sexualmente e agredido física e psicologicamente nove adolescentes que integravam sua equipe de handebol entre 2017 e 2021. Ele também é acusado de criar um ambiente hostil, ameaçando excluir os jovens do grupo e das oportunidades esportivas caso não obedecessem suas ordens.
Além disso, o técnico fundou a Associação Esporte Solidário Gustavo Elias (Aesge), onde recrutava adolescentes de várias partes do Brasil, prometendo alojamento e alimentação. No entanto, o MPMG aponta que as condições eram inadequadas e que Francisco submetia os jovens a agressões físicas, chantagens, insultos e abusos sexuais.
A promotoria revelou que o treinador Francisco Júnior Corrêa Mota oferecia dinheiro, celulares e oportunidades em equipes internacionais em troca de favores sexuais. Os adolescentes que recusavam eram punidos e humilhados publicamente diante de outros atletas, intensificando o ambiente de abuso.
Segundo a promotora Lohana Cavalcanti Costa, Francisco manipulava emocionalmente os jovens, explorando suas aspirações profissionais. Ele os ameaçava com exclusão do time e o fim de suas carreiras caso não obedecessem suas exigências, tanto dentro quanto fora das quadras.
As investigações começaram em maio do ano passado, após uma vítima denunciar os abusos ao Conselho Tutelar. A Polícia Militar foi acionada e encontrou dezenas de adolescentes na associação, que confirmaram as agressões. Um vídeo viral nas redes sociais mostrou Francisco agredindo fisicamente um menor, reforçando as acusações.
Injúria racial em Sete Lagoas
Em 15 de junho de 2023, Francisco ofendeu um adolescente de Sete Lagoas com injúrias racistas e homofóbicas durante os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). Em vídeo que circulou nas redes sociais, após o menor ter questionado a presença de alguns alunos na equipe de handebol comandada pelo técnico, o líder do projeto atacou a dizeres como “Até preto você é”, “Sete Lagoas é um esgoto” e “Voltem para as favelas, pobres!”.
Por conta da atitude, Francisco Júnior Correa Mota foi suspenso por dois anos e meio de qualquer participação no JEMG. Ele também foi indiciado pela Polícia Civil pelo crime de injúria racial.