A saúde mental é a sexta maior prioridade de gastos dos brasileiros. Os consumidores priorizam mais o bem-estar psicológico do que gastos com automóveis e escola/faculdade. Os dados são de um levantamento feito pela Serasa, que entrevistou mais de 1.700 consumidores do país e concluiu que 61% deles priorizam os gastos com a saúde mental.
As maiores prioridades dos consumidores são com contas básicas (90%), supermercados (86%), fatura do cartão de crédito (82%), internet e telefone (76%), aluguel ou prestação do financiamento do imóvel (69%), saúde mental (61%), gastos com automóvel (59%) e escola e/ou faculdade (58%).
O levantamento aponta também que 5 em cada 10 brasileiros que já passaram por problemas de saúde mental também enfrentaram dificuldades financeiras. Segundo a pesquisa, os problemas com dinheiro se refletem, especialmente, na qualidade de vida (64%), causando picos de estresse, cansaço e insônia. Os entrevistados ainda relatam impactos relacionados à ansiedade (60%), autoestima (57%) e na qualidade do sono (55%).
Além disso, os entrevistados revelaram que os problemas com dinheiro têm efeito nas relações interpessoais. Ao todo, 72% se sentem mal por pedir dinheiro emprestado para familiares e amigos. A pesquisa também aponta que sete em cada 10 pessoas afirmam evitar conversas sobre dinheiro e 61% preferem isolar-se, afastando-se de amigos.
“Muitas vezes, as pessoas têm vergonha de pedir ajuda, pois sentem que, ao contar para alguém, estariam atestando alguma espécie de incompetência na gestão de recursos”, analisa Valéria Meirelles, psicóloga.
Ainda segundo a pesquisa, 86% dos brasileiros entendem que cuidar da saúde mental pode melhorar a situação financeira a longo prazo, e 67% afirmam que gostariam de investir ainda mais neste segmento.
“Depois da pandemia, mais do que nunca, as pessoas passaram a se preocupar com essa área, buscando mais qualidade de vida, praticando mais exercícios e outras iniciativas que ajudem a lidar com as emoções. Essa tendência positiva mostra que a saúde mental saiu de uma posição de segundo plano, para se tornar um objetivo a ser construído como base para uma vida melhor”, afirmou a psicóloga.
O levantamento faz parte da 10ª edição do Serasa Comportamento – série de estudos sobre a forma como os brasileiros lidam com suas finanças. A pesquisa ouviu consumidores de todas as regiões do país, de 18 até 60 anos ou mais, sendo 52% mulheres e 48% homens.
Com Hoje em Dia