Um hábito que pode desencadear uma síndrome, de nome até curioso, trazida pelo uso constante de tecnologia: a FOMO, ou “fear of the missing off” (“medo de ficar de fora”, em tradução livre no português), causando o adoecimento da vida real através do virtual.
A principal causa desse mal é a constante checagem de notificações do celular e/ou gadgets, causando ansiedade. A necessidade constante de ficar visualizando libera a dopamina em nosso cérebro: tanto na sensação de prazer quanto no controle dos impulsos e comportamento.
“O recebimento de uma notificação é um convite para a checagem. A pessoa, principalmente quando recebe uma notificação, fica olhando para a tela por medo de perder informações que considera importantes”, explica a médica psiquiatra Julia Khoury, mestre e doutora em Medicina Molecular pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o portal G1.
Essa constante atualização, não importando dia, hora e local, gera sintomas de ansiedade, baixa auto-estima e autoconfiança, além de comportamento autodepreciativo: “As pessoas se sentem desconectadas de seus próprios valores e vivem em função das expectativas dos outros, distanciando-se do que realmente querem”, diz o psicólogo Filipe Colombini.
Além da necessidade constante de atenção, a síndrome de FOMO pode estar aliada a outros problemas causados pelo trabalho excessivo, como o burnout e o Transtorno de Déficit de Atenção (TDA).
Como combater a síndrome?
Segundo Filipe Colombini, é essencial desenvolver o autoconhecimento e praticar o autocontrole. Técnicas como o mindfulness (que compreende diversos exercícios de meditação que têm como objetivo levar o indivíduo à atenção plena) podem ajudar com o foco no presente e reconexão com valores próprios.
Além disso, diz o psicólogo, é importante estabelecer um equilíbrio entre as diversas esferas da vida, como lazer, trabalho e relacionamentos, além de definir limites para o uso de redes sociais e telas em geral, visando uma redução do uso. Procurar um terapeuta desenvolve a consciência de que mais vale viver os momentos do que publicá-los nas redes.
“Esses cuidados podem prevenir que a FOMO comprometa a saúde mental e ajudam a pessoa a viver com mais plenitude e senso de realização”, completa Colombini.
com G1 e Hoje em Dia