No dia 10 de novembro, foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção à Surdez, uma data dedicada a educar, conscientizar e alertar a população brasileira sobre a importância da prevenção contra a surdez, condição que muitas vezes se desenvolve de forma silenciosa e requer atenção preventiva.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo apresentam algum grau de deficiência auditiva. No Brasil, esse número chega a 2,3 milhões, segundo dados do IBGE (2021). Esses números são preocupantes, sobretudo pela falta de cuidados e pela alta exposição a ruídos.
A Dra. Soraya Alves, otorrinolaringologista da Fundação São Francisco Xavier, ressalta a importância de evitar a exposição excessiva a ruídos como medida preventiva. “O nível de som seguro estabelecido pela OMS é de até 80 a 85 decibéis. Portanto, é fundamental ter cautela em atividades diárias, de lazer ou de trabalho, onde o som ultrapassa esse limite, utilizando equipamentos de proteção auditiva para prevenir danos permanentes”, orienta a médica.
Além da proteção auditiva, a médica enfatiza outras medidas de prevenção. “Evitar sons altos, utilizar EPIs em ambientes ruidosos, manter um estilo de vida saudável e fazer uso responsável de fones de ouvido são práticas essenciais para proteger a audição”, acrescenta.
O uso de fones de ouvido, um hábito comum entre jovens e adultos, pode trazer riscos se realizado de forma indiscriminada. “Fones usados por longos períodos e em volumes elevados podem causar danos irreversíveis à audição. Por estarem muito próximos do ouvido, é recomendado limitar seu uso a períodos curtos e em volumes baixos. Quanto maior o tempo e a intensidade do som, maior o risco de lesão auditiva”, explica Dra. Soraya.
Ela também desmistifica a ideia de que fones intra-auriculares e headsets têm riscos diferentes. “A principal preocupação é o volume e o tempo de uso, e não o tipo de fone. Os modelos com cancelamento de ruído são mais seguros, pois permitem ouvir em volumes menores, evitando a competição com sons externos”, esclarece.
O uso de fones por crianças e adolescentes é um ponto de atenção especial. “Os ouvidos em desenvolvimento são mais vulneráveis, e a exposição a altos volumes desde cedo pode resultar em perda auditiva na vida adulta. É importante que os pais incentivem o uso do som ambiente em vez de fones de ouvido”, alerta a médica.
Outro ponto levantado por Dra. Soraya é que a perda auditiva nem sempre é percebida de imediato. “Quem tem exposição contínua a ruído e faz uso frequente de fones de ouvido deve realizar exames de audiometria anualmente, mesmo sem sintomas evidentes. O diagnóstico precoce é essencial, pois as lesões podem ser significativas quando descobertas tardiamente”, reforça.
Neste Dia Nacional de Prevenção à Surdez, Dra. Soraya Alves destaca a importância do cuidado contínuo com a audição e a realização de exames preventivos. “Cuidar da saúde auditiva é fundamental para garantir qualidade de vida a longo prazo. Para quem frequenta ambientes ruidosos ou faz uso constante de fones de ouvido, a atenção ao volume e o uso de protetores auditivos são medidas essenciais para evitar problemas futuros”, conclui.
Fundação São Francisco Xavier
A Fundação São Francisco Xavier, atuante desde 1969, é uma entidade filantrópica com cerca de 6.000 colaboradores. Administra o Hospital Márcio Cunha, com 70% dos atendimentos pelo SUS em Ipatinga, e o Hospital Municipal Carlos Chagas, que atende 100% pelo SUS em Itabira (MG). A Fundação também gerencia a operadora de saúde Usisaúde, o Centro de Odontologia Integrada e o serviço Vita de segurança do trabalho e saúde ocupacional. Na área educacional, destaca-se com o Colégio São Francisco Xavier, referência em ensino na região de Ipatinga, com cerca de 3 mil alunos, da educação infantil ao ensino técnico.
Da Redação com Por Dentro de Tudo