A saúde da pele, frequentemente tratada como um tema secundário, é, na realidade, um dos pilares mais relevantes para o bem-estar geral. Para especialistas da área, a pele funciona como um espelho da saúde do corpo.
Dados do Ministério da Saúde revelam que o câncer de pele representa 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. O SUS contabilizou 278.718 casos de câncer de pele no Brasil entre 2013 até 2022, com um maior número de pessoas acima de 50 anos.
Durante o mesmo período, houve 467.621 internações hospitalares com câncer de pele como diagnóstico. Frente a esses números, os especialistas alertam para a relevância da consulta regular ao dermatologista não só em busca de beleza, mas como uma forma de prevenir o desenvolvimento de patologias.
Médicos advertem: consulta regular ao dermatologista previne doenças
O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Dr. Heitor Gonçalves, destaca que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. “A primeira consulta com o dermatologista é para identificar as características centrais de cada tipo de pele do paciente. Com base nisso, ele estabelecerá um plano de ação e em quanto tempo o paciente deve retornar”, esclarece.

Ele ressalta ainda que o dermatologista é um especialista com vasto espectro de atuação que engloba desde o tratamento de doenças infecto-parasitárias até o diagnóstico e tratamento do câncer da pele, além da área de procedimentos estéticos. “De fato, muitas pessoas associam o dermatologista apenas a tratamentos de acne ou rugas, mas nossa atuação é muito mais ampla para a saúde geral do paciente”, complementa o Dr. Gonçalves.
“A dermatologia é uma área em constante evolução, com novos tratamentos e tecnologias sendo desenvolvidos regularmente, o que amplia as possibilidades de cuidado e recuperação dos pacientes”, ele enfatiza.
Dados apontam que o acesso a especialistas continua sendo uma barreira para população
Embora o conhecimento sobre os cuidados dermatológicos na prevenção e tratamento de doenças de pele esteja em crescimento, o acesso a especialistas ainda é um desafio para grande parte da população. Fatores como a disponibilidade de profissionais, e falta de informação dificultam o atendimento.
Um estudo realizado pelo Instituto Ipsos descobriu que 23% dos brasileiros pesquisados nunca haviam visitado um dermatologista e a quantidade de entrevistados que o fizeram apenas uma vez por ano chega a 47%. Isso evidencia um problema estrutural, pois a prevenção eficaz depende da regularidade das consultas médicas.
Em metrópoles, como São Paulo, a alta demanda por profissionais qualificados, aliada à falta de organização na oferta de serviços, compromete a obtenção de consultas.
Além disso, a falta de um sistema comum e seguro de informações de dermatologistas disponíveis em cada área torna ainda mais difícil para os pacientes encontrar atendimento, tornando a jornada do paciente extremamente incerta e difícil.
Nesse contexto, soluções digitais são vistas como alternativas promissoras. Atualmente existem ferramentas e portais na web onde o consumidor pode pesquisar e filtrar profissionais com boas qualificações, atendimento e outras características. Ou seja, plataformas online facilitam o acesso a avaliações de especialistas, disponibilizando uma seção para consultas de profissionais mais recomendados em determinada cidade ou região do país.
Por exemplo, ao consultar portais como o da AvaliaMed e filtrar por “dermatologista São Paulo”, obtêm-se avaliações de pacientes e com informações atualizadas. Isso permite que os pacientes encontrem facilmente os profissionais mais recomendados em determinada especialidade. Além disso, é possível entrar em contato com os profissionais diretamente da plataforma, tornando o atendimento mais facilitado.
A tecnologia pode ser uma ferramenta estratégica para democratizar o acesso à saúde, conectando os pacientes a médicos de forma mais ágil e eficiente, como aponta o site Future Health.
A prevenção e o diagnóstico precoce
O câncer de pele é classificado em dois tipos predominantes, o não melanoma, mais comum e com taxas altas de cura se descoberto precocemente, e o melanoma, menos frequente, no entanto, mais agressivo e com grande potencial de metástase. A exposição solar inadequada é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença
O dermatologista Dr. Marcio Soares Serra, que também faz parte da diretoria da SBD, destaca a acuidade de que, na consulta, o paciente seja examinado “da cabeça aos pés”. Lembra ainda que os cuidados se iniciam nos primeiros anos de vida.
“A pele das crianças também está sujeita a doenças dermatológicas, além de precisar de proteção especial contra os efeitos nocivos do sol”, explica. Segundo ele, a exposição solar inadequada é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pele na vida adulta.
Inclusive, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), outras condições dermatológicas, como psoríase, dermatites e infecções cutâneas, para citar alguns, também só podem ser identificadas e tratadas o mais cedo possível durante exames de rotina.
Ao mesmo tempo, uma consulta regular ao dermatologista ajuda a conscientizar o paciente sobre o autocuidado diário, incluindo a proteção solar e a hidratação e os produtos a serem utilizados, em que casos precisam de avaliação médica.
“Muitas pessoas subestimam o uso do protetor solar, mas ele é um aliado indispensável na prevenção de doenças dermatológicas”, alerta o dermatologista Dr. Serra. A recomendação é reaplicar o produto a cada duas horas sob exposição solar. Cuidados simples, como hidratação e observação de manchas suspeitas, também fazem a diferença. Prevenir ainda é o melhor remédio.