De acordo com Dr. Orlando Porto Cotta, médico generalista da ESF (Estratégia de Saúde da Família) do bairro Cidade de Deus I, as ocorrências registradas nesta época podem ser evitadas através de medidas simples de prevenção. “A desidratação, por exemplo, é muito comum neste período e, infelizmente, todos os anos, muitas crianças morrem em função da doença”, salientou.
Virose
O médico informa que, além da desidratação, a incidência de doenças gastrintestinais é muito frequente, uma vez que aumenta a quantidade de vírus causadores de diarréias, como também pela contaminação de comidas e bebidas por bactérias e vírus. Os alimentos devem receber atenção especial já que o calor e a umidade intensificam a proliferação de parasitas. “Lavar bem os alimentos; ferver a água de beber; evitar consumir alimentos vendidos em via pública, cuja higiene seja duvidosa; consumir sempre alimentos saudáveis, como os sucos naturais e frutas e observar o prazo de validade e a forma de acondicionamento são algumas formas de prevenção”, explicou Dr. Orlando.
Os principais sintomas de virose são: febre, dor de cabeça, diarréia, vômito constante e em alguns casos até dores abdominais e que tem levado muitas pessoas aos hospitais em busca de atendimento médico. O maior número de pacientes é formado por crianças entre 01 e 12 anos de idade, muito embora seja cada vez maior a quantidade de adultos que desenvolve a doença. “Em alguns casos, a virose pode evoluir para doenças como febre amarela, pneumonia, meningite viral e até mesmo a dengue”, afirmou o médico.
Ainda de acordo com Dr. Orlando Porto, a automedicação é perigosa, porque pode facilitar quadros hemorrágicos em pacientes infectados pelo mosquito da dengue. O médico ressaltou também que as pessoas que estão com as vias respiratórias comprometidas por quadros de virose não devem tomar medicamentos à base de saliglatos, como a aspirina e o sonrisal, por exemplo. “É melhor substituí-los por Dipirona ou Thylenol (cujo genérico é o Paracetamol)”, informou o médico.
Cuidados
Outros cuidados que os pais devem ter com os filhos são: evitar a exposição excessiva ao sol ou em horários inadequados, entre 10 e 16 horas; aplicar bloqueador solar (de preferência fator 30) antes de sair de casa e a cada duas horas; oferecer bastante líquido; e utilizar roupas leves e confortáveis, além de boné ou chapéu.
A Prefeitura adverte que ao sinal de qualquer sintoma diferente na criança, os pais devem procurar imediatamente um médico para promover tratamento e prescrição adequada. “Nunca se deve medicar um filho, é necessário sempre procurar um médico. A medicação incorreta pode gerar outras conseqüências, muitas vezes irreversíveis ao menor”, concluiu Dr. Orlando.
Doenças Comuns
Conheça as doenças mais comuns nesta época do ano:
Conjuntivites – aumentam no verão devido às típicas oscilações de temperatura e pela maior proliferação de bactérias no ar. O sinal mais visível são olhos avermelhados;
Diarréia – as infecções intestinais são muito comuns devido ao aumento da ingestão de alimentos contaminados ou mal conservados e água não filtrada, por conta do calor;
Desidratação – caracterizada pela perda de líquido do organismo, ela é capaz de atingir os órgãos vitais e pode até causar a morte se não diagnosticada e tratada rapidamente. Vômitos, mal-estar e diarréia são sintomas característicos desta doença;
Insolação – é o acúmulo de calor no organismo decorrente da exposição indevida da criança ao sol. Manifesta-se através de dor de cabeça, vermelhidão na pele, sono, vômitos e perda de consciência;
Dor de ouvido – com o calor e a umidade excessiva aumentam as inflamações e infecções de ouvido nesta época do ano. A incidência de otite externa é 70% maior durante o verão. Dor, coceira, secreção e diminuição da audição são os principais sintomas.
Outros Cuidados
Além das doenças da estação, o médico alerta para o perigo dos acidentes domésticos. “Quando o assunto é criança a gente não pode descuidar em nenhum instante. Os pais devem ter cuidado ainda com piscinas e praias para evitar afogamentos, entre outros perigos caseiros, como por exemplo, perto do fogão durante o preparo de alimentos. Não deixar também facas e fósforos ao alcance das crianças”, finalizou o médico.
ASCOM Saúde / Sete Lagoas