Vinte variantes do coronavírus já foram detectadas em Minas. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta sexta-feira (28). A mais recente é a cepa indiana, confirmada na noite de quinta (28), em um paciente internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata.
O homem trabalhava embarcado em um navio na Índia e retornou ao Brasil passando por um aeroporto de São Paulo. Para Minas, ele se deslocou de carro, tendo contato apenas com a esposa.
Ainda existem poucas informações disponíveis sobre as novas variantes. Porém, as mutações preocupam médicos e autoridades. Já é possível afirmar que algumas são mais agressivas e contagiosas, o que contribui para o aumento dos casos e mortes por Covid-19. A eficácia das vacinas contra essas cepas também demanda novos estudos.
Dentre as variantes detectadas em Minas, duas já são consideradas como de atenção (P.1, originária de Manaus, e a B.1.1.7, do Reino Unido). A P.2, do Rio de Janeiro, também pode ser potencialmente perigosa, mas faltam estudos aprofundados.
Segundo a SES, a vigilância é realizada pelas fundações Ezequiel Dias (Funed) e Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a UFMG.
Cepas
A variante britânica, identificada ainda em 2020, está ligada a um risco estimado de morte 64% maior, conforme pesquisa feita no Reino Unido. Já a amazônica foi identificada primeiro em Manaus, mas rapidamente se espalhou pelo país com a transferência de pacientes em estado grave, após colapso no sistema de saúde da capital do Norte do país. Minas, inclusive, recebeu doentes de lá.
Veja aqui o que já se sabe sobre a nova cepa indiana
O que é nova cepa indiana?
A linhagem foi detectada no país asiático em 2020. É apontada como responsável por uma onda de casos e mortes por lá. Além da Índia, estima-se que a cepa já tenha circulado em pelo menos 53 países, segundo dados da OMS. Conforme as análises, a variante apresenta três versões, com pequenas variações: a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3.
Segundo o membro do Comitê de Enfrentamento de Enfrentamento à Covid-19 em BH, Estevão Urbano, a linhagem é considerada mais agressiva e pode ser responsável por uma explosão de casos também no Brasil. “O que podemos dizer é que ela é mais agressiva, e, chegando no Brasil, vai explodir. E, explodindo, o cenário é previsível. Temos que trabalhar com cenários mais improváveis e assustadores possíveis, no sentido de não relaxar nas medidas de contenção e prevenção. Vai depender da nossa capacidade de evitar essa cepa por meio de medidas sanitárias”, disse ao Hoje em Dia.
A nova cepa é mais transmissível?
Além de maior agressividade em relação à cepa original, especialistas consideram que a variante possa ser até 50% mais transmissível, quando relacionada às demais que circulam atualmente. Além da indiana, as de Manaus, Reino Unido e África do Sul também são mais transmissíveis, podendo provocar casos mais graves da enfermidade, o que preocupa infectologistas, reforça o também membro do comitê da capital, Unaí Tupinambás.
Da Redação com Hoje em dia