Paciente de 60 anos foi transferido para um hospital no Espírito Santo; a informação foi confirmada Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Governador Valadares
Autoridades de saúde estão investigando um caso suspeito de raiva humana em um homem de 60 anos que trabalhava com criação de gado na cidade de Mantena, em Minas Gerais. Ele apresentou sintomas de confusão mental e foi encaminhado para um hospital em Barra de São Francisco, no Espírito Santo, e depois para um hospital em Serra, também no estado capixaba, onde seu estado de saúde é considerado crítico. A suspeita é de que ele tenha contraído a doença após contato com um bezerro doente.
Em abril de 2022, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou dois casos de raiva humana no estado. Um caso envolvia uma menina de 12 anos que estava internada em Belo Horizonte, enquanto o outro envolvia a morte de um menino de cinco anos que morava na zona rural de Bertópolis, no Vale do Jequitinhonha. A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente através de mordeduras, arranhões e lambidas. O período de incubação da doença é variável, podendo levar dias a anos, e os sintomas incluem confusão mental, febre, dor de cabeça e convulsões.
Após o período de incubação, a raiva começa a manifestar sinais e sintomas clínicos inespecíficos, que geralmente duram de 2 a 10 dias. Durante esse período, o paciente pode apresentar mal-estar geral, leve aumento de temperatura, perda de apetite, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, dormência, irritabilidade, inquietação e sensação de angústia. Além disso, podem ocorrer linfoadenopatia, hiperestesia e parestesia no trajeto dos nervos periféricos próximos ao local da mordedura, bem como alterações comportamentais.
À medida que a infecção por raiva progride, os sintomas tornam-se mais graves e complicados. O paciente pode desenvolver ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Quando o paciente tenta engolir líquidos, pode ocorrer espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, o que leva a uma intensa salivação (“hidrofobia”).
Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Também podem ocorrer disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.
A melhor forma de prevenir a raiva é através da vacinação pré ou pós-exposição. Quando a profilaxia antirrábica não é administrada e a doença se instala, pode ser necessário um protocolo de tratamento da raiva humana, que inclui a indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
O monitoramento dos casos é fundamental para a prevenção da doença, por isso a notificação obrigatória em casos humanos e animais é uma questão de saúde pública. Campanhas de vacinação também são essenciais para o controle da raiva, tanto em rebanhos quanto em animais de estimação. Caso alguém tenha contato com um animal suspeito, é importante procurar uma unidade de saúde para receber os cuidados médicos necessários, que incluem tratamento da ferida e outras medidas complementares.
Da redação com O Tempo