O estado de Minas Gerais enfrenta um alarmante aumento no número de mortes humanas causadas pelo vírus da raiva, ressaltando a urgência da vacinação no Dia Mundial de Combate à Raiva, celebrado hoje. Desde 2022, o estado registrou cinco óbitos, quatro no ano passado e um neste ano. Esses trágicos eventos têm despertado preocupações generalizadas, já que a raiva é uma doença devastadora que, em quase 100% dos casos, resulta em morte.
A professora titular de Doenças Infeciosas e Parasitárias da Universidade Federal da Bahia (UFBA) expressou sua consternação pelo aumento das mortes e enfatizou a disponibilidade da vacina como a chave para evitar tais tragédias. “Nós testemunhamos essas ocorrências, mas não deveríamos testemunhar nenhuma”, destacou a especialista.
A raiva é uma doença que não possui cura conhecida e que, quando não tratada, leva à morte em praticamente todos os casos. A boa notícia é que existe uma vacina altamente segura disponível para prevenir a doença. Esta vacina é adequada para pessoas de todas as idades, incluindo grávidas e indivíduos imunossuprimidos, e não possui contraindicações, a menos que haja alergia a algum de seus componentes.
A professora enfatizou a importância de buscar atendimento médico imediatamente após qualquer situação de exposição de risco. Isso é especialmente crucial para aqueles que trabalham em profissões com maior exposição à doença, como veterinários, zootecnistas e outras pessoas envolvidas com animais. Esse grupo de pessoas deve procurar a vacina como parte de uma estratégia de profilaxia pré-exposição.
Para aqueles que não estão envolvidos em atividades de alto risco, mas que tenham tido contato com cães, gatos, morcegos, vacas, cavalos ou outros animais, a recomendação é buscar atendimento médico o mais rápido possível. A professora enfatizou que cada situação é única e que a intervenção médica adequada é essencial para determinar a gravidade da exposição.
A raiva é uma doença de incubação rápida, que pode se manifestar em questão de dias ou semanas se não for tratada com a vacina. Uma vez que os sintomas se desenvolvem, a morte ocorre em um período de duas a três semanas. Portanto, a prevenção adequada é crucial para evitar essa doença fatal.
Desde 2022, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 224 casos de raiva em animais, todos resultando em morte. Esses casos incluíram 141 bovinos, 15 equinos, 64 morcegos, um cão, um felino, um mico e um ovino. Felizmente, até o momento, não houve casos de seres humanos diagnosticados com o vírus da raiva que tenham sobrevivido.
Lembrando que a prefeitura de Sete Lagoas está realizando a vacinação de cães e gatos até esta sexta-feira (29) no Terminal Urbano, das 08h às 15h30.
Em caso de identificação de um animal com comportamento anormal, a população não deve tocar ou tentar remover, sendo necessário acionar imediatamente os serviços de zoonoses da cidade para que uma equipe seja enviada ao local para fazer o recolhimento de forma adequada, além de iniciar as ações preventivas e de bloqueio. Mais informações: (31) 3771-5796.
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Da redação com O Tempo