Recentemente, informações começaram a circular na internet, alegando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda mais substituir a margarina pela manteiga. Isso levanta a pergunta: por que essa mudança de orientação após tanto tempo em que os profissionais de saúde recomendavam essa substituição?
A razão por trás dessa mudança está relacionada à evolução das fórmulas da margarina ao longo dos últimos anos. As versões mais antigas da margarina costumavam conter gordura trans (hidrogenada), um tipo de gordura que se mostrou prejudicial para a saúde cardiovascular.
Lorena Balestra, médica com especialização em nutrologia e endocrinologia, explica que a indústria de alimentos reformulou a margarina para eliminar a presença da gordura trans. Ela afirma: “Hoje, a maioria das margarinas disponíveis no mercado não contém mais esse tipo de gordura, e aquelas que ainda a possuem apresentam quantidades mínimas, geralmente menos de 0,2% em sua composição.”
Impactos da Gordura Trans na Saúde Cardiovascular
A gordura trans hidrogenada, que anteriormente era comum em margarinas mais antigas, é amplamente reconhecida como um importante fator de risco para doenças cardíacas. Essa gordura tende a elevar os níveis de colesterol LDL (colesterol “ruim”) e diminuir os níveis de colesterol HDL (colesterol “bom”), criando uma combinação prejudicial. Além disso, a gordura trans pode aumentar as chances de desenvolver doenças cardíacas.
No entanto, uma boa notícia é que, devido a regulamentações mais rígidas e à crescente conscientização sobre os perigos da gordura trans, a maioria das margarinas modernas já não contém esse ingrediente prejudicial. Consequentemente, a recomendação da OMS está fundamentada no uso de margarinas isentas de gordura trans.
Margarina ou manteiga: o que diz a ciência?
Então, por que a OMS está recomendando o consumo de margarina em vez de manteiga, quando tradicionalmente a manteiga era vista como a opção mais saudável? Lorena esclarece:
“A resposta está baseada nas evidências científicas atuais. Quando a margarina é preparada sem a presença de gordura trans e é produzida a partir de óleos vegetais, como o óleo de canola ou de girassol, ela tem demonstrado consistentemente proporcionar benefícios superiores para a saúde cardíaca em comparação com a manteiga.”
Nesse sentido, a médica enfatiza que “quando se trata do perfil lipídico, a margarina parece representar uma opção mais vantajosa em termos de saúde.” No entanto, ela faz questão de ressaltar que, embora a margarina possa ser mais saudável para o coração, é prudente evitar um consumo excessivo tanto de margarina quanto de manteiga.
Ela acrescenta: “Ambos ainda contribuem para a ingestão de calorias e gorduras, e o consumo excessivo de qualquer um deles pode contribuir para o ganho de peso e problemas de saúde. O segredo para uma dieta saudável reside na moderação e na diversificação. A escolha de óleos vegetais saudáveis, como o azeite de oliva, é uma boa alternativa.” Portanto, a dica é manter um equilíbrio na dieta, incorporando uma variedade de alimentos saudáveis, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.
Da Redação com Boa Forma