O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) iniciou a disponibilização ao Sistema Único de Saúde (SUS) de uma combinação de antirretrovirais que simplificará o tratamento do HIV/aids. A partir deste mês de outubro, o instituto está distribuindo à saúde pública uma combinação do dolutegravir 50mg e do lamivudina 300mg em um único medicamento.
De acordo com a Fiocruz, anteriormente, o tratamento do HIV envolvia o uso de várias combinações de medicamentos de diferentes classes para suprimir eficazmente o vírus e evitar o desenvolvimento da infecção para estágios de aids.
A Agência Fiocruz de Notícias informa que “uma única dose diária de um comprimido deste medicamento garantirá a eficácia e facilitará a continuidade do tratamento, com menor potencial de toxicidade e efeitos colaterais graves, sem histórico de resistência”.
O Ministério da Saúde tem a previsão de receber 10,8 milhões de unidades do medicamento ainda neste ano, e para 2024, a expectativa é de fornecer 30 milhões de unidades.
Jorge Mendonça, diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, destaca que esse produto contribuirá para a adesão ao tratamento, que é um dos maiores desafios no manejo do HIV. Ele explicou que “o fornecimento destes medicamentos combinados para o SUS contribuirá significativamente para a eficácia e continuidade dos tratamentos em pacientes adultos e adolescentes com mais de 12 anos de idade e peso mínimo de 40 kg. Além de ter uma dosagem mais simples e reduzir a quantidade de comprimidos, diminui o potencial para interações medicamentosas e efeitos colaterais.”
Essa produção resulta de uma parceria entre Farmanguinhos e as empresas farmacêuticas privadas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline (GSK). A parceria abrange o desenvolvimento, transferência de tecnologia e o fornecimento do medicamento, proporcionando independência para uma produção inteiramente nacional.
Jorge Mendonça também enfatiza que, ao final dessa transferência de tecnologia, Farmanguinhos/Fiocruz terá a capacidade de realizar todas as etapas de produção do medicamento, assegurando qualidade e acessibilidade para os pacientes do SUS. Ele acrescenta que essa aliança proporciona mais conhecimento técnico e uma nova plataforma tecnológica para a produção de comprimidos em dupla camada, possibilitando a futura produção de novos produtos.
Da Redação com Agência Brasil