Após São João del-Rei, as cidades vizinhas Tiradentes e Santa Cruz de Minas, localizadas na região do Campo das Vertentes, seguiram a medida de suspender as atividades escolares nas escolas municipais. Essa ação visa prevenir a propagação da bactéria Streptococcus pyogenes, que tem causado preocupação devido aos casos de crianças adoecidas que apresentam sintomas como dor de garganta, febre, vômito e manchas na pele. Essa situação tem gerado apreensão tanto nas famílias quanto nas Secretarias de Saúde e Educação das respectivas cidades.
Em São João del-Rei, há o registro de três óbitos de crianças de 3, 10 e 11 anos, sendo esses casos atualmente investigados em relação à infecção pela bactéria Streptococcus pyogenes, além de mais quatro internações relacionadas à mesma condição. Até o momento, em Tiradentes e Santa Cruz de Minas, ainda não foram confirmados casos da doença.
De acordo com a administração municipal de Tiradentes, a decisão foi tomada como medida de precaução para “garantir a segurança dos alunos, profissionais e comunidade”. Nesse contexto, foi determinada a suspensão das aulas nas escolas municipais e estaduais nos dias 26 e 27 de outubro (quinta-feira e sexta-feira). Segundo a gestão municipal, esse período é considerado adequado para realizar a desinfecção de todas as instituições de ensino. Consequentemente, a data prevista para o retorno das aulas é segunda-feira, 30 de outubro.
A Secretaria de Educação de Tiradentes esclareceu que a necessidade de isolar as escolas durante o processo de desinfecção se deve à utilização de substâncias químicas às quais as crianças não devem ser expostas.
Em relação a Santa Cruz de Minas, a prefeitura confirmou a suspensão por tempo indeterminado das aulas nas escolas municipais e no Centro de Aprendizado Integral. Até o momento, não há informações disponíveis sobre as escolas estaduais, tanto em Santa Cruz de Minas quanto em São João del-Rei. A reportagem entrou em contato com o Governo de Minas para obter mais informações e aguarda uma resposta.
Já sobre as escolas privadas, cada gestão deve buscar atender as medidas de proteção à sua maneira – ainda não há um posicionamento único das instituições.
Entenda os casos
Andreia Pereira Donato, de 43 anos, é uma das mães que fizeram uma manifestação nesta terça-feira (24 de outubro), em frente à Prefeitura de São João del-Rei. A mulher afirma que tudo começou há pouco mais de um mês, quando um menino, de 11, passou mal na escola com dor de garganta e vômito.
Ele foi levado a Upa da cidade, onde o médico receitou analgésicos e antibiótico. No dia seguinte, a criança piorou e foi internada na Santa Casa da Cidade, onde morreu dias depois. “Logo depois, veio o caso de uma menina de 3 anos que morreu após ter os menos sintomas, ela teve ainda febre alta e marcas arroxeadas pelo corpo”, conta.
O último caso, segundo Andreia, ocorreu nessa segunda (23 de outubro), quando uma menina de 10 anos morreu também com sintomas semelhantes. O enterro da criança aconteceu nesta terça (24 de outubro), no cemitério Nossa Senhora das Mercês. De acordo com o município, a maioria dos pacientes passou por avaliação médica, na rede pública ou privada, e o quadro de saúde deles é estável.
Da Redação com O Tempo