Na manhã de terça-feira (7/11), teve início em Belo Horizonte o Encontro de Enfermeiros, uma atividade preparatória para o IX Simpósio de Doença Falciforme. O evento reuniu 36 enfermeiros de serviços de saúde em todo o Brasil que lidam com pacientes portadores de Doença Falciforme (DF), além de sete profissionais dos Estados Unidos, provenientes do Saint Jude Children’s Research Hospital, referência mundial em medicina pediátrica.
Júnia Cioffi, presidente da Hemominas, marcou presença na abertura do evento, saudando os participantes e agradecendo o apoio do Ministério da Saúde e do Hospital Saint Jude. Ela expressou a esperança de transformar a realidade brasileira em relação à Doença Falciforme, por meio das informações discutidas no encontro.
Joice Aragão, coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, também demonstrou sua satisfação com o evento, recordando o início dos esforços com a Doença Falciforme em 2004, quando não existiam políticas públicas ou protocolos de atendimento definidos.
Ela destacou a importância do processo de construção dessas políticas, ressaltando o apoio significativo da Fundação Hemominas e da equipe do Programa de Triagem Neonatal (Nupad-MG) em Minas Gerais. Aragão enfatizou a luta por um Sistema Único de Saúde (SUS) capaz de atender à diversidade da população.
Yvonne Carroll, diretora de Serviços ao Paciente do Saint Jude Children’s Research Hospital, elogiou a presença de especialistas com mais de 200 anos de experiência no auditório. Ela enfatizou que a Doença Falciforme não é apenas uma condição médica, mas também um conjunto de fatores sociais que afetam a vida dos pacientes.
O programa científico começou com a apresentação de Márcia Helena Senra, gerente de Enfermagem em Hematologia do Hemorio. Senra ofereceu um panorama da situação da Doença Falciforme no Brasil, descrevendo os serviços de atendimento aos pacientes falciformes no Rio de Janeiro. O treinamento prossegue com um formato de “bootcamp”, uma abordagem de estudo intensivo focada em conhecimentos práticos e específicos.
A programação inclui palestras e aulas sobre gestão da dor, complicações da Doença Falciforme, gravidez, aconselhamento genético, terapias aprovadas, indicações para transfusões, saúde mental e barreiras educacionais.
A Doença Falciforme é uma condição genética recessiva e hereditária comum em todo o mundo. No Brasil, as regiões Sudeste e Nordeste têm a maior incidência da condição, que altera a forma das hemácias, obstruindo a circulação e a oxigenação celular.
O diagnóstico da DF é confirmado através do teste do pezinho na triagem neonatal, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A gravidade clínica da doença pode variar, mas a maioria dos casos é crônica e grave. Os sintomas variam com a idade do paciente e a qualidade dos cuidados preventivos fornecidos.
Da Redação com Agência Minas