O movimento Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, com o propósito de sensibilizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças que afetam a população masculina. A cada dia, cerca de 42 homens perdem a vida devido ao câncer de próstata, e aproximadamente 3 milhões convivem com essa enfermidade. No Brasil, o câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer entre os homens. Para este ano, estima-se a ocorrência de 68.220 novos casos, segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O Dr. Gelbert Luiz Chamon do Carmo Amorim, residente em Sete Lagoas, completou sua formação em Ciências Médicas em Belo Horizonte há 26 anos. Ele realizou residência em urologia e cirurgia geral, obteve mestrado no Sírio Libanês e concluiu pós-graduação em metodologia ativa na Robótica no Ciências Médicas. No momento, Dr. Gelbert desempenha o papel de coordenador na residência de urologia da Santa Casa, atendendo em Belo Horizonte e em Sete Lagoas. Em entrevista ele nos conta sobre a importância da prevenção:
“O exame de próstata é um exame preventivo, serve para descobrir o câncer precocemente. Essa detecção precoce pode levar à cura em até 90% dos casos através da cirurgia. Aqueles pacientes que não procuram o médico a tempo podem descobrir esse câncer tarde demais, lembrando que decorrente das complicações do caso o paciente pode infelizmente vir a óbito. As vezes a pessoa só descobre quando quebra um osso, por exemplo, e quando vai se consultar descobre a metástese óssea, que é secundária do câncer de próstata. Ou seja, já descobre tarde uma coisa que poderia ser prevenida com consulta de rotina”, diz o doutor.
A detecção tardia do câncer de próstata pode ser fatal. No entanto, o diagnóstico precoce pode elevar as chances de cura para até 90%. Por essa razão, mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou a partir dos 50 anos sem tais fatores, devem consultar um urologista para discutir a possibilidade do exame de toque retal. Fatores de risco para a doença incluem histórico familiar, obesidade e raça, sendo que homens negros apresentam uma maior incidência desse tipo de câncer.
“Os riscos do câncer de próstata estão ligados à genética, onde alguém na família já tem algum caso de câncer e a hábitos alimentares e de vida, alimentação baseada em gordura, fritura, cigarro e bebidas alcoólicas, e daí se vem a importância do médico urologista ser consultado a partir dos 40, 45 anos pelo menos uma vez no ano. O urologista não é médico só de próstata, ele também cuida dos rins, cálculo renal, doenças sexualmente transmissíveis, da saúde do homem no geral, então ele pode ser procurado assim como um ginecologista para as mulheres, para orientação do paciente”, complementa Dr. Gelbert.
“Tive um paciente que me procurou um dos mais novos que eu diagnostiquei com câncer, cujo o irmão teve câncer de próstata, faltava um mês para completar os 40 anos dele, foi diagnosticado nele um câncer de próstata através do PSA e do toque, e é importante ressaltar que para um diagnóstico certo, é necessário realizar os dois (PSA e do toque) nunca só um, foi feita a biopsia, ele foi operado, isso já faz mais de 15 anos e ele está curado e ótimo até hoje”, acrescenta Dr. Gelbert.
A luta contra uma doença tão séria requer a combinação de esforços teóricos e práticos, envolvendo a ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento ágil por parte do Estado, visando atender a todas as camadas da população.
Sobre a necessidade de estar com exames e “check-ups” em dia, o especialista informa: “O mês do Novembro Azul serve para alertar o homem de se prevenir, mas não quer dizer que os exames devem ser feitos só em Novembro. A prevenção é durante todo o ano, a todo momento. A prevenção de qualquer doença é o melhor caminho”.
{module[1480]}
Da Redação, Maria Eduarda Alves