Quem nunca escutou as seguintes palavras: “O amor deixa as pessoas ‘burras'”? Crescemos com músicas, filmes, livros descrevendo o amor romântico como um estado que deixa as pessoas irracionais, insensatas, e como cantou Cazuza, exagerados, colocando sempre a pessoa amada em primeiro plano. Agora, graças a um estudo inovador, foi revelado que o cérebro realmente opera de forma diferente quando estamos apaixonados.
A pesquisa, publicada na revista Behavioral Sciences na última terça-feira (09), mostra que o sistema de ativação comportamental do cérebro é responsável por priorizar estímulos associados à pessoa amada.
Os pesquisadores descobriram que, embora a ocitocina seja frequentemente associada como o hormônio do amor – responsável pela euforia que sentimos ao nos apaixonar –, a atividade do sistema de ativação comportamental do cérebro (BAT, na sigla em inglês) é a responsável pela forma como outra pessoa poderia rapidamente se tornar o centro da atenção de alguém.
O estudo contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade Nacional Australiana (ANU), da Universidade de Canberra e da Universidade do Sul da Austrália.
Na primeira fase do estudo, os cientistas ouviram 1.556 jovens que se identificavam como apaixonados no momento da pesquisa. As perguntas focaram na reação emocional ao parceiro, no comportamento ao seu redor e no foco que colocaram no companheiro acima de tudo.
Eles descobriram que a atividade do BAT era maior em pessoas apaixonadas. Esse sistema é responsável por regular a atenção, a motivação e a tomada de decisões.
“Sabemos muito pouco sobre a evolução do amor romântico. Como resultado, cada descoberta é uma peça importante do quebra-cabeça que acaba de ser iniciado”, comenta o principal autor do trabalho, Adam Bode, da Universidade Nacional Australiana (ANU), em comunicado divulgado pela instituição.
“O amor romântico é um dos sentimentos mais poderosos que os seres humanos podem experimentar. É importante entender como nosso cérebro funciona durante esse período para que possamos melhor compreender nosso comportamento e tomar melhores decisões”, completa.
A próxima etapa da pesquisa vai investigar como os cérebros de homens e mulheres podem ter diferentes vias de ativação comportamental em suas respostas cognitivas ao amor romântico.
Da redação, Djhéssica Monteiro.
Fontes: MDPI