Falta de investimento, salários baixos e adoção lenta de tecnologia estão entre os principais obstáculos que o sistema de saúde brasileiro precisa superar, de acordo com um estudo da consultoria global Ernst & Young (EY). A pesquisa, que ouviu médicos de 11 países, incluindo o Brasil, revela um cenário preocupante para o futuro da saúde no país.
Os cinco principais desafios são:
- Resistência à tecnologia: Apesar do potencial para melhorar a qualidade do atendimento e reduzir custos, a adoção de novas tecnologias ainda encontra resistência no setor.
- Salários não competitivos: A baixa remuneração dificulta a retenção de profissionais qualificados, impactando a qualidade do serviço e gerando sobrecarga de trabalho.
- Falta de investimento: A insuficiência de recursos limita a infraestrutura, a compra de equipamentos e a oferta de serviços especializados.
- Retenção da força de trabalho: A insatisfação com as condições de trabalho e a falta de perspectivas de carreira contribuem para a fuga de profissionais.
- Burnout e depressão: A sobrecarga de trabalho e o ambiente estressante geram problemas de saúde mental entre os profissionais, comprometendo sua produtividade e bem-estar.
O estudo também aponta uma desconexão entre as ações dos gestores e as demandas dos médicos. Segundo a pesquisa, os profissionais de saúde priorizam:
- Autonomia e controle sobre o trabalho (42%)
- Redução da sobrecarga de trabalho (38%)
- Segurança do paciente (27%)
Enquanto os gestores focam em:
- Aumento de salários (39%)
- Educação continuada (33%)
- Benefícios de bem-estar (22%)
Leandro Berbert, sócio-líder de saúde e bem-estar da EY Brasil, destaca a importância da adoção de modelos de cuidados híbridos, que combinem atendimento presencial e remoto, como forma de enfrentar os desafios da força de trabalho. A utilização de tecnologias inovadoras também é vista como uma solução para otimizar processos e melhorar a qualidade do atendimento.
Da redação com Veja