Trabalhadores que exercem atividades físicas extenuantes no dia a dia podem ter um risco maior de desenvolver demência, segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet. A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional em colaboração com o Centro Nacional Norueguês de Envelhecimento e Saúde e o Centro de Envelhecimento Butler Columbia, analisou dados de 7 mil idosos da Noruega e concluiu que aqueles que trabalharam em profissões que exigem grande esforço físico apresentaram um aumento de 15,5% na probabilidade de desenvolver demência, em comparação com aqueles que exerciam funções menos exigentes.
O estudo definiu trabalhos fisicamente exigentes como aqueles que demandam “uso considerável dos braços e pernas e movimentação de todo o corpo, como escalar, levantar, equilibrar, andar, inclinar-se e manusear materiais”. Entre as profissões que se encaixam nessa categoria estão vendedores, auxiliares de enfermagem, agricultores e produtores de gado.
Dos 7 mil participantes do estudo, 902 foram diagnosticados com demência mais tarde na vida, enquanto 2.407 sofreram de comprometimento cognitivo leve, que nem sempre leva à demência.
Os autores da pesquisa sugerem que os resultados podem ser explicados por diversos fatores, como o desgaste físico e mental causado por trabalhos extenuantes, além do maior risco de sofrer lesões e doenças crônicas.
Prevenção e atenção à saúde
Embora o estudo aponte para uma relação entre trabalho físico extenuante e demência, é importante ressaltar que outros fatores também podem influenciar o desenvolvimento da doença, como idade, genética e estilo de vida.
Ainda assim, os resultados da pesquisa servem como um alerta para a importância de se manter atento à saúde física e mental, especialmente para aqueles que trabalham em profissões que exigem grande esforço físico. Adotar hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos regulares, ter uma alimentação balanceada e dormir bem, pode contribuir para reduzir o risco de desenvolver demência.
É importante destacar que a demência é uma doença complexa e multifacetada, e ainda há muito a ser pesquisado sobre suas causas e possíveis tratamentos. No entanto, estudos como este fornecem informações valiosas que podem ajudar na prevenção e no manejo da doença.
Da redação com The Lancet