O uso indevido e abusivo de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes tornou-se um tema de preocupação central, levando à criação de um Grupo de Trabalho (GT) pelo governo federal. A portaria recentemente publicada designou membros de sete ministérios e 19 representantes da sociedade civil, academia e organizações com expertise na área.
O principal objetivo do GT é desenvolver um guia para o uso consciente de telas, direcionado a familiares, cuidadores e educadores, além de servir como base para políticas públicas em setores como saúde, educação, assistência social e proteção dos grupos mais vulneráveis.
A Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República lidera essa iniciativa, destacando um aumento alarmante nas taxas de lesões autoprovocadas entre crianças e adolescentes, correlacionadas ao uso de telas conectadas à internet.
Especialistas aguardavam a formação desse GT, considerando-o uma medida urgente e necessária. Maria Mello, coordenadora do Programa Criança e Consumo do Instituto Alana, enfatiza a importância da abordagem multidisciplinar e multissetorial, conforme preconizado pela Constituição Federal.
A interação precoce e disseminada de crianças com as telas é um fenômeno crescente, apresentando tanto oportunidades quanto riscos. Embora proporcione acesso a recursos educacionais e de entretenimento, também expõe os jovens a conteúdos inadequados e estratégias comerciais questionáveis.
O pediatra e sanitarista Daniel Becker, membro do GT, destaca os inúmeros prejuízos associados ao uso excessivo e inadequado desses dispositivos, incluindo problemas físicos, cognitivos e emocionais, especialmente em crianças muito jovens.
Além disso, há preocupações sociais, como a exposição a conteúdos extremistas e riscos relacionados à segurança online. Para enfrentar esse problema, é essencial investir em políticas públicas abrangentes que promovam o desenvolvimento integral das crianças, incluindo acesso a atividades físicas, culturais e contato com a natureza.
Portanto, a abordagem para lidar com o uso de telas por crianças e adolescentes deve ir além de restrições comportamentais, exigindo uma ampla gama de medidas que garantam o bem-estar e o desenvolvimento saudável desses grupos vulneráveis.
Da Redação com Agência Brasil