O governo de Minas deve divulgar a escala de pagamento dos servidores referente ao mês de abril até a próxima semana. A informação é do governador Romeu Zema (Novo), que concedeu entrevista exclusiva à Itatiaia na manhã desta terça-feira. Os próximos pagamentos, no entanto, vão depender da ajuda do governo federal.
“A posição que eu tenho é que nesta semana ou no início da próxima nós anunciaremos a data do pagamento. E queremos fazer em uma parcela só. Estamos observando dia a dia essa entrada de recursos. Eu te diria que o mês de abril vai fechar com muita dificuldade, com muito sacrifício, mas a grande preocupação é o mês de maio, porque a arrecadação pode cair 60%,70%” , disse.
Sem a ajuda do governo federal, Zema diz que os recursos serão suficientes para pagar apenas a metade dos servidores. “Eu te diria que nós vamos ter recursos para pagar a metade de cada rubrica. É como se falasse: temos de pagar dez e nós só temos para cinco. Ou você prioriza algum ou paga tudo 50%. Vai ser uma situação dessa forma, mas continuo confiante que o governo federal vai fazer alguma reposição”, completou.
Apoio
A espera de ajuda federal tem relação com o apoio de Zema ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Minas não assinou a carta escrita por chefes dos Executivos estaduais contra as declarações recentes de Bolsonaro sobre os líderes do Congresso. O texto, divulgado domingo (19), foi redigido por 20 governadores.
A justificativa para a não assinatura a carta é que ele quer distância do embate político com o presidente, pois já tem “tantos incêndios para apagar em Minas Gerais, uma crise financeira descomunal”. O governador tenta se equilibrar entre o combate à covid-19 e um alinhamento maior ao presidente.
Bolsonaro defende o afrouxamento das medidas de isolamento social, mas, ao mesmo tempo, é quem pode ajudar Zema a incluir Minas no chamado Regime de Recuperação Fiscal, que possibilitaria ao Estado, por exemplo, renegociar dívidas administradas pelo Tesouro. O governador quer ainda vender à União a estatal Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig). O valor seria de R$ 35 bilhões. A dívida de Minas com a União é de cerca de R$ 100 bilhões.
Zema avalia não haver outra forma de melhorar as finanças do estado que não passem por caminhos que levam ao governo federal.
Da redação com IT