Menu

Situação financeira dos principais clubes de futebol de Minas Gerais / Coluna / Álvaro Vilaça / Tempo Esportivo

1º Tempo

Não é novidade para ninguém que a situação financeira dos principais clubes de Minas Gerais é gravíssima. O Atlético foi às compras nesta parada forçada do futebol por conta da pandemia do novo coronavírus. Até o momento, contratou seis jogadores, gastando mais de R$ 85 milhões. Chegaram ao clube os meios de campo Alan Franco, Léo Sena, os zagueiros Junior Alonso e Bueno e os atacantes Keno e Marrony. E, não deve parar por aí, já que o Galo ainda busca um atacante e um goleiro com habilidade em jogar com os pés.

Foto ilustrativa: Reprodução/InternetFoto ilustrativa: Reprodução/Internet

O torcedor tem celebrado a formação de um time forte, mas há uma realidade que vem preocupando os dirigentes do Galo: a queda intensa nas receitas que deixam as contas do clube fragilizadas.

O diretor de futebol do Atlético, Alexandre Mattos, disse que a situação financeira atleticana é “delicadíssima”, com “receitas beirando a zero. Em 2015, o Atlético antecipou as receitas do Campeonato Brasileiro de 2019 e 2020.

Em entrevistas recentes, o diretor de futebol voltou a explicar que os altos investimentos em contratações estão acontecendo graças a ajuda de parceiros e que o clube tirou “apenas” R$ 11,8 milhões dos cofres do Atlético para contratar.

Para reforçar as finanças, o Atlético planeja R$ 100 milhões em vendas de atletas na temporada 2020. Um dos jogadores que pode contribuir com a meta estabelecida é Igor Rabello. O zagueiro tem multa de 40 milhões de euros (cerca de R$ 239 milhões na cotação atual) na Cidade do Galo. Com contrato até 31 de dezembro de 2022, ele já recebeu consultas do futebol europeu. No entanto, ainda não houve uma proposta formalizada para tirá-lo de Belo Horizonte. O Galo já informou aos interessados que só aceita conversar com uma oferta a partir de 10 milhões de euros (R$ 59,71 milhões). O alvinegro detém 70% dos direitos econômicos do atleta.

2º Tempo

Os números atualizados das finanças do Cruzeiro - entre aqueles divulgados no balanço de 2019 com os até 31 de maio deste ano - mostram que o clube já saltou em termos da dívida total, mas tem apresentada já ligeira diminuição em custos em alguns braços do seu passivo financeiro. O detalhamento foi mostrado pelo diretor de finanças e controladoria do clube, Matheus Rocha, em uma transmissão on line feita na semana passada. O profissional cruzeirense, que tem se dedicado à questão das finanças do clube, disse que o atual cenário ainda é de "vender o almoço para comprar a janta".

Nos números apresentados na live, que teve também a participação de um profissional do Bahia, Matheus apresentou os novos números da dívida cruzeirense. O déficit acumulado apresentado no balanço de 2019 foi de R$ 803 milhões, mas saltou para R$ 942 milhões até o fim de maio. Quase um bilhão. Segundo Rocha, muito devido aos "contratos leoninos" feitos anteriormente no clube.

De toda forma, apesar de todas as dificuldades, o Cruzeiro conseguiu antecipar o pagamento dos salários de jogadores e funcionários este mês, referente a junho. O clube azul quitou os vencimentos antes do quinto dia útil.
Desde a condução do clube por parte do Conselho Gestor, há um trabalho de planejamento para evitar atrasos e manter o clube solvente financeiramente.

Porém, os desafios estão longe de acabar. O retorno à divisão de elite do futebol brasileiro é tratado como ponto fundamental para a melhoria progressiva da situação financeira do clube.

O Cruzeiro pode utilizar suas revelações para fazer caixa e reforçar as finanças do clube. E, segundo o presidente da Raposa, Sérgio Santos Rodrigues, o time celeste tem recebido sondagens por atletas promissores que estão no grupo profissional.

O dirigente disse que os mais procurados são o zagueiro Cacá, o volante Pedro Bicalho, o meia Maurício e os atacantes Thiago, Welinton e Stênio, que foi recém promovido ao time principal. Santos Rodrigue também confirmou que o meia Caio Rosa, da equipe sub-20, é alvo de outros clubes.

 

Brasileirão começa em agosto

O presidente da CBF, Rogério Caboclo, confirmou a data do início do Campeonato Brasileiro para o segundo final de semana de agosto, incluindo as Séries A, B e C.

O mandatário garante que a competição nacional terá início entre 08 e 09 de agosto (dia 08, Séries B e C e dia 09, Série A), mesmo que as equipes não possam jogar dentro dos seus estados devido à situação sanitária da pandemia do novo coronavírus.

“Não temos resposta em relação aos estaduais. Eles estão comportados pelos limites da fronteira do seu estado. Dependem das autoridades sanitárias, assim como as competições da CBF. Mas a diferença foi a aprovação na reunião da Comissão Nacional de Clubes (CNC) e a CBF. Propusemos aos 20 clubes da Série A que, para podermos lançar a data de 9 de agosto, haveria necessidade de uma aprovação de todas as autoridades sanitárias de nove estados e 11 cidades. E não temos isso hoje. Fiz a proposta no sentido de que admitissem uma reflexão sobre jogar fora do mando de campo para manter essa data íntegra, irretocável, caso todas as cidades não estejam liberadas. Houve votação de 19 a 1 a favor (só o Athletico-PR foi contra)”, afirmou Rogério Caboclo.

“Posso afirmar, a partir da confirmação dos clubes, que sim. Se estão dispostos a jogar onde o futebol estiver autorizado, quero crer que nessa data teremos cidades suficientes para acomodar os jogos, considerando que não teremos torcida presente. Mas em momento algum foi cogitada concentração em uma cidade específica”, completou o presidente da entidade.

O objetivo da entidade, que reconhece a impossibilidade de espremer as datas necessárias ao longo deste ano, é conseguir ajustar todo o calendário do futebol até 2022. Com isso, a ideia é encerrar a temporada de 2021 na primeira semana de dezembro, com férias e pré-temporada seguinte obedecendo o ritmo usual. Para cumprir com a nova programação, de acordo com o mandatário da CBF, até mesmo as pausas do Brasileirão em data Fifa serão suspensas.

A Série D vive um cenário diferente. Com 68 participantes e 61 cidades envolvidas, não há a mesma flexibilidade para jogar em outras praças, demandando um operacional um pouco mais complexo. As equipes precisam de maior reestruturação para voltar e também uma logística maior.

 

Democrata pode se tornar empresa

Muito debatido ao longo de 2019, inclusive com projeto aprovado pela Câmara dos Deputados em Brasília, que incentiva os times brasileiros a saírem do modelo de associação civil para empresa limitada ou sociedade anônima, dentro do Democrata está sendo minuciosamente estudada a possibilidade de transformar a agremiação em clube-empresa. Visto com bons olhos pelo mandatário do Democrata, Renato Paiva, já existe um projeto avançado sendo analisando.

Dentre os benefícios estão a renegociação das dívidas, a carga tributária menor em relação a uma empresa comum e a promessa de maior atração de investimentos.

Ao se tornar empresa o Jacaré terá vários benefícios, dentre eles, o fato de que os investidores passarão a ser sócios o clube e assim serão responsabilizados por eventuais deslizes financeiros, respondendo, desta forma, com seu próprio patrimônio. No modelo atual, na maioria das vezes, os dirigentes, salvo em algumas exceções, não têm nenhuma responsabilidade, tomam decisões que geram endividamento e isso não provoca nenhuma responsabilidade para quem administra os clubes.

E se depender do presidente do Democrata, Renato Paiva, este será o futuro adotado pelo clube. Existe um projeto dentro do Democrata, que inclusive já foi apresentado pelo mandatário a um grupo de empresários da capital mineira que estuda a situação.

“Vamos fazer isso tudo de uma maneira muito organizada, estou gostando muito das conversas”. Afirmou o presidente em conversa com o repórter Nélson Rafael, da Rádio Eldorado.

Renato Paiva assumiu a presidência do Democrata na semana passada, dia 1º de julho, e vai comandar o clube no triênio 2020-2023, ao lado do empresário sete-lagoano Paulo Gonçalves (Paulinho do Beco). Contudo, ele já vinha administrando o clube ao longo do ano e foi o principal responsável pela formação da atual diretoria e do time que fazia boa campanha do Campeonato Mineiro do Módulo II, até a paralisação da competição em função da pandemia do novo coronavírus.

Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, ex-narrador e ex-repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.



Publicidade

O SeteLagoas.com.br utiliza cookies e outras tecnologias para melhorar a sua experiência!
Termos