Entre altos e baixos
As campanhas que Minas e Democrata estão fazendo no Campeonato Mineiro do Módulo II demonstram a realidade do futebol de Sete Lagoas. Nenhuma novidade, tudo dentro da mais absoluta normalidade.
Com poucos investidores e parceiros escassos, nossos clubes lutam contra equipes de praças onde o poderio financeiro e o suporte ao futebol profissional são sempre maiores do que em Sete Lagoas. Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Patrocínio, Betim e Governador Valadares, dentre outras, são cidades que parecem estar mais próximas de seus clubes, em todos os sentidos.
Com tantos problemas emergenciais a serem resolvidos no Município, o poder público enfrenta dificuldades para contribuir com as despesas do futebol. A iniciativa privada não se sente devidamente atraída para investir no processo, sobretudo porque o Módulo II tem pouca visibilidade e o retorno institucional é muito pequeno.
Como se não bastassem esses fatores, ainda é preciso conviver com a falta de cotas de patrocínio da tv, pois não há emissoras que detêm o direito de transmissão do certame.
A presença de público na Arena do Jacaré é outro fator que ajuda a complicar a vida de nossos clubes: Após um levantamento feito pelos dirigentes, foi constatado que Democrata e Minas levarão prejuízo sempre que jogarem com renda bruta inferior a R$ 7.000,00. Isso aconteceu até agora, simplesmente, em todos os jogos das duas agremiações em Sete Lagoas. É prejuízo em cima de prejuízo.
O resultado de tudo isso, é que os clubes ficam enfraquecidos do ponto de vista econômico. Ambos convivem com elencos modestos, folhas salariais baixas, na tentativa de que a política do bom e barato funcione.
Por isso, os altos e baixos de Minas e Democrata no Módulo II são perfeitamente compreensíveis. No próximo final de semana, por exemplo, quem vencer pode encostar nos ponteiros de cada grupo, ao passo que, um revés, os deixará próximos do abismo da terceira divisão, dado o equilíbrio da disputa.
Como disse, tudo dentro da normalidade e de uma previsão óbvia feita antes mesmo da bola rolar na primeira rodada.
Haja dinheiro
Durante esta semana, a revista Forbes divulgou a lista dos maiores bilionários do esporte. Os dois principais nomes deste segmento são rivais em campo na Inglaterra. Um deles é o acionista majoritário do Arsenal; o outro é dono do Manchester United.
Dentre os maiores bilionários do mundo, 16 estão ligados ao esporte. Todos são dirigentes, donos, acionistas majoritários ou exercem funções primordiais dentro de suas respectivas modalidades.
O ‘chefão’ da Fórmula 1 aparece em terceiro ao lado de seus familiares. Bernie Ecclestone detém os direitos comerciais da principal categoria do automobilismo e acumula US$ 3,8 bilhões (quase 7,5 bilhões de reais).
Num patamar bem mais “humilde”, estão os atletas de futebol. Imaginem que, nos dias de hoje, convivemos no Brasil com atletas que ganham 300, 400, ou até 500 mil reais por mês. Fontes ligadas ao Santos admitem que Neymar fatura entre salários e ações de marketing, mais de 3 milhões de reais mensalmente.
A Lei Pelé obrigou os clubes a aumentarem os rendimentos de seus jogadores para que o risco de uma perda prematura seja diminuído. Quanto maior o salário, maior a multa rescisória.
Neste cenário, os clubes ficam cada vez mais endividados. Hoje, um time de ponta no Brasil, já não monta mais um bom elenco com menos de 5 milhões de reais de folha de pagamento por mês. Uma realidade dura, que preocupa em termos de futuro, embora os valores praticados ainda estejam muito distantes do mundo dos bilionários do esporte.
Só vai com dinheiro
A Fórmula I é outro esporte em que o dinheiro tem falado cada vez mais alto.
A relação dos 24 pilotos participantes da temporada 2013 parecia fechada, quando de repente, uma reviravolta tirou o brasileiro Luiz Razia da Marussia para a chegada de Jules Bianchi, que perdeu a disputa pela vaga na Force India para o alemão Adrian Sutil. O mais novo piloto confirmado na Fórmula 1 declarou esta semana que estava surpreso com a chance dada pela Marussia.
O Francês explicou que teve ajuda dos parceiros para conseguir a vaga e não pensou duas vezes quando recebeu a proposta.
Trocando em miúdos: Ajuda de parceiros, no português claro da Fórmula I, significa muito dinheiro envolvido no negócio para investimento no carro e demais despesas da escuderia. Nos esportes a motor, mais até do que nas outras modalidades, o talento, muitas vezes, fica em segundo plano. Quem tem cacife é que se estabele!
Seleção convocada
O técnico Luiz Felipe Scolari convocou esta semana a Seleção Brasileira para os amistosos contra a Itália, em Genebra (Suíça), no dia 21, e a Rússia, em Londres (Inglaterra), no dia 25. O meia Kaká, do Real Madrid, e o atacante Diego Costa, do Atlético de Madri, são as novidades. Ronaldinho Gaúcho, do Galo não foi chamado.
A ausência de Ronaldinho não deixa de ser uma surpresa, pois o atleta tem feito boas partidas pelo Atlético. Na derrota da seleção em Wembley por 2 a 1, Ronaldinho perdeu um pênalti. Os convocados foram:
Goleiros: Julio Cesar – QPR (ING) e Diego Cavalieri – Fluminense;
Laterais: Daniel Alves – Barcelona (ESP), Marcelo – Real Madrid (ESP), Filipe Luís – Atlético de Madri (ESP);
Zagueiros: David Luiz – Chelsea (ING), Dedé – Vasco, Dante – Bayern de Munique (ALE) e Thiago Silva – PSG (FRA)
Volantes: Paulinho – Corinthians, Ramires – Chelsea (ING), Jean – Fluminense,
Fernando – Grêmio e Luiz Gustavo – Bayern de Munique (ALE);
Meias: Kaká – Real Madrid (ESP), Hernanes – Lazio (ITA), Oscar – Chelsea (ING) e
Lucas – PSG (FRA);
Atacantes: Diego Costa – Atlético de Madri (ESP), Neymar – Santos, Fred – Fluminense e Hulk – Zenit (RUS).
Após quase três anos de preparação para a Copa das Confederações e Copa do Mundo, a Seleção Brasileira, seja na “era Mano Menezes”, seja na recém iniciada “era Felipão”, não demonstrou qualquer tipo de evolução tática. O time é vulnerável no sistema defensivo, não cria como deveria no setor de meio-campo e está longe de convencer no ataque. Pior do que isso: Até agora, com todas as reformulações que foram feitas, não conseguimos criar um senso coletivo na equipe, falta espírito de liderança e os jovens não demonstraram, ainda, condições para comandarem a Seleção, sobretudo num cenário de forte pressão, pelo fato de jogarem as duas competições em casa.
Muito preocupante o momento do Brasil. Concordo com o que já foi falado: A obra mais atrasada no Brasil para a Copa do Mundo, é sua própria Seleção!
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de Tv, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.