As reformas dos antigos Estádios Mineirão e Independência trouxeram a modernidade e uma série de avanços tecnológicos que passaram a beneficiar o público, os clubes e a imprensa, de uma forma geral. O chamado “Padrão FIFA de Qualidade” está presente em ambas as praças e de fato Belo Horizonte nunca esteve tão bem servida no que tange a estrutura de estádios de futebol.
No Estádio Raymundo Sampaio, o Independência, onde América e Atlético mandam a maioria de seus jogos desde meados de 2012, há um intermediário, que através de licitação, ganhou o direito de administrar a nova arena. Trata-se da BWA, antiga conhecida de quem milita nos meios esportivos por se tratar de uma empresa que já atuava na confecção e comercialização de ingressos para jogos de futebol profissional.
No Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, onde passou a atuar o Cruzeiro, existe outro intermediário: É a Minas Arena, que também por licitação, obteve permissão para gerenciar o estádio.
O grande problema, numa primeira análise, sobretudo no Mineirão, é que as despesas operacionais para a utilização da praça estão deixando a situação inviável para os clubes.
Como exemplo, pode-se pegar o jogo do Atlético, domingo passado, contra o Villa Nova, pelo Campeonato Mineiro, em que quase 49 mil pessoas estiveram presentes, proporcionando uma renda de aproximadamente 1,5 milhões de reais. De acordo com pessoas ligadas ao Atlético, o valor líquido repassado ao clube superou em pouca coisa a quantia de 700 mil reais, ou seja, praticamente 50% do valor bruto arrecadado.
Ora, quem leva público aos estádios são os clubes. Portanto, a maior parte do dinheiro proveniente de bilheterias, estacionamentos, bares e outros, devem ficar com os próprios clubes, pois do contrário, em breve, não haverá viabilidade financeira para que os espetáculos esportivos continuem a ser realizados nesses locais. Está faltando, acima de tudo, bom senso e maleabilidade por parte de quem administra esse tipo de negócio.
Entre a cruz e a espada
O mês de maio será marcado por várias decisões para os clubes que disputam os campeonatos regionais e a Copa Libertadores da América. Com um calendário mais apertado em 2013, em função da paralisação de todas as competições em junho, para a realização da Copa das Confederações, durante o próximo mês, praticamente a cada três dias, haverá uma série de disputas por vagas ou por títulos em algum canto do País.
Especificamente no caso de Minas Gerais, a situação do Atlético parece mais complicada e o time poderá ir do céu ao inferno num prazo de 72 horas, senão vejamos: Os jogos das semifinais do Campeonato Mineiro contra o Tombense serão nos dias 27 de abril e 05 de maio. Pelas oitavas-de-final da Libertadores, as partidas diante do São Paulo estão confirmadas para os dias 02 e 08 de maio. Caso obtenha êxito e avance nos dois certames, o time mineiro terá mais duas datas reservadas para a realização da final do Campeonato Estadual, nos dias 12 e 19 de maio. Pela competição continental, se avançar às quartas-de-final, deverá jogar nos dias 15 e 22 de maio. Quatro dias depois, o time irá estrear no Campeonato Brasileiro, jogando no Paraná diante do Coritiba.
Se decidir por colocar em campo o time titular em todas as partidas decisivas que se apresentam para o mês de maio, o Atlético, o técnico Cuca sabe que correrá sérios riscos de perder jogadores lesionadas. Se não colocar, provavelmente já estará abrindo mão de pelo menos uma das competições. Se passar pelo São Paulo no confronto da Libertadores, vai entrar embalado na decisão do Estadual (considerando-se que o time muito provavelmente irá eliminar o Tombense nas semifinais), que em tese deverá ser disputada contra o Cruzeiro. Neste caso o grupo terá 04 decisões a jogar em 15 dias.
Se perder para o São Paulo e for eliminado da Copa Libertadores da América, ainda terá de conviver com a “ressaca” da eliminação, que é pior do que o desgaste físico de todos os jogos acumulados, o que poderá comprometer de maneira significativa a performance da equipe numa eventual decisão de Campeonato Estadual, 72 horas depois.
Cuca e seus comandados estão entre a cruz e a espada. Se por um lado estão próximos de fazerem história dentro do Atlético, com uma conquista continental inédita para o clube, por outro, precisam se equilibrar num fio de navalha para não perderem tudo e se juntarem a um enorme grupo dos “quase” campeões na centenária história atleticana.
O tempo está acabando
Para quem curte o mundo da velocidade, a participação da Ferrari na etapa do Bahrein, da edição 2013 da Fórmula I foi um horror.
Fernando Alonso foi apenas o oitavo colocado e Felipe Massa, único brasileiro na principal categoria do automobilismo mundial, terminou na melancólica 15ª colocação. Stefano Domenicali, chefe da escuderia italiana, lembrou o panorama da última temporada para justificar sua confiança de que nem tudo está perdido. Em 2012, a Ferrari teve um crescimento enorme da segunda metade da disputa, mas não conseguiu se recuperar a tempo para brigar pelos títulos dos campeonatos de pilotos e construtores.
Quem se deu bem no Bahrein foi o tricampeão Sebastian Vettel, que voltou a triunfar. Com a vitória, ele lidera o Mundial com 77 pontos – 30 a mais do que Alonso, quarto colocado.
Felipe Massa estava otimista antes da corrida, largando da quarta posição e esperava que sair com pneus duros rendesse uma vantagem estratégica ao longo da corrida. Mas tudo deu errado para ele. A tática não funcionou, e o brasileiro ainda teve dois furos de pneu que o tiraram da briga pelo pódio e o fizeram amargar a 15ª posição, seu pior resultado nesse início de temporada.
Maré de azar a parte, Felipe precisa se concentrar nas próximas corridas, é importante ser mais arrojado e competitivo, mantendo nas provas o mesmo desempenho dos treinos livres e classificatórios.
Do contrário, o Brasil correrá sérios riscos de não ter nenhum representante na Fórmula I em 2014, o que seria absolutamente lamentável e inédito, pelo menos nos últimos 30 anos da competição.
Números que impressionam
O Cruzeiro terminou a primeira fase do Campeonato Mineiro do Módulo I com a melhor campanha dentre os 12 participantes. Foram incríveis 31 pontos ganhos em 33 possíveis, um recorde na história recente do torneio. Com a vitória no último domingo por 2 x 0 sobre o Tupi, em Juiz de Fora, o time atingiu a marca de 12 vitórias em 13 jogos.
O Cruzeiro, único time invicto do país entre todas as 60 equipes que estão nas Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro, aumentou ainda mais o aproveitamento em 2013 e conquistou nada menos que 95% dos pontos que disputou até agora. Números que deixam a equipe a quatro empates da conquista do título estadual. Dono da melhor campanha da primeira fase, o time de Marcelo Oliveira vai jogar por dois resultados iguais (dois empates, ou derrota e vitória pelo mesmo saldo de gols), tanto nas semifinais, quanto numa eventual decisão.
A diretoria cruzeirense tem trabalhado muito bem nos bastidores e com algumas contratações pontuais e de impacto, foi qualificando o grupo, de maneira tal que, hoje o Cruzeiro já pode ser considerado um dos grandes favoritos para as conquistas do Estadual, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Convenhamos, um quadro muito mais animador e bem diferente do que foi visto na história recente do clube.
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de Tv, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.