Liberdade de expressão
O Brasil está vivendo dias como há muito não se via por aqui. Aproveitando a visibilidade mundial do País, em função da disputa da Copa das Confederações, o povo foi às ruas protestar contra uma série de situações que precisam de mudanças urgentes.
Manifestantes realizaram passeatas em diversas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Estima-se que, ao todo, quase 300 mil pessoas tomaram as ruas de algumas capitais brasileiras, num ato de protesto contra os problemas sociais, econômicos e políticos enfrentados pela população. Além disso, palavras de ordem foram externadas claramente, num sinal de desconforto pelos gastos astronômicos com a realização da Copa das Confederações e Copa do Mundo, enquanto que há vários segmentos da sociedade precisando de recursos urgentes, sobretudo na área de saúde, pedidos por mais dinheiro na educação, transporte público barato, fim da corrupção, rejeição do projeto de emenda constitucional que retira poderes de investigação do Ministério Público e ainda questões locais.
Foi uma das datas mais marcantes da história do País no que tange à manifestações públicas das últimas décadas. No Rio, 100 mil; em São Paulo, 65.000; em Brasília, 10.000. E multidões em Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Vitória, Curitiba, Maceió, Fortaleza, Belém e diversas outras cidades do Brasil.
Ainda que indiretamente, o esporte deu a sua contribuição e através da grande repercussão das partidas da Copa das Confederações, a população, percebendo a ótima oportunidade, foi às ruas e fez valer o termo “Democracia”, na acepção da palavra!
Haja dinheiro
O povo realmente tem motivos para protestar. No início desta semana, foi divulgado o custo oficial da Copa do Mundo de 2014, com as devidas atualizações. Mesmo com muitas obras inacabadas, inclusive no que se refere a alguns estádios de futebol, os valores atingiram patamares inacreditáveis e bateram na casa dos R$ 28 bilhões. Na última atualização, em abril de 2013, o balanço oficial apontava R$ 25,520 bilhões.
Não foram especificados ainda pelo ministério todos os itens que levaram à majoração do orçamento. Esse valor ainda está abaixo da previsão do governo federal de usar R$ 33 bilhões na organização do Mundial.
Os custos com o Mundial têm sido um dos pontos de críticas dos protestos que tomaram as ruas das capitais brasileiras. Representantes do Ministério do Esporte defenderam os recursos usados na competição porque entendem que eles se revertem em desenvolvimento para o País.
Assim, fica uma intrigante pergunta no ar: Por que o Governo, como um todo, não desprende esforços e recursos com a mesma vontade política e agilidade notadas para a realização da Copa do Mundo, também para os diversos setores carentes da sociedade, sobretudo, na área de saúde, a mais caótica dentre todas do Brasil?
Vai embora
Ao que tudo indica, pelas declarações do presidente do Atlético, Alexandre Kalil e até mesmo pelo silêncio do jogador, a tendência natural é de que o jovem atacante Bernard se transfira para o futebol europeu, assim que terminar a participação do Atlético na Copa Libertadores da América.
Além do Borussia Dortmund, da Alemanha, e doTottenham, da Inglaterra, agora o Porto de Portugal também demonstrou interesse no jovem talento atleticano de apenas 20 anos. O jogador segue com a Seleção Brasileira, na disputa da Copa das Confederações.
Segundo informações da imprensa portuguesa, o preço pedido pelo meia alvinegro gira em torno de 25 milhões de euros (quase R$ 72 milhões).
Trata-se de um grande jogador, diferenciado, rápido, habilidoso e que conduz a bola em velocidade. Vai fazer muita falta ao time do Galo e ao esquema do técnico Cuca, mas por esse valor, fica impossível segurá-lo aqui no Brasil.
Eleições no Jacaré
Pelo andar da carruagem, a diretoria executiva do Democrata vai antecipar as eleições presidenciais do clube de dezembro para o início do segundo semestre. O ato administrativo depende do aval do Conselho Deliberativo, o que não deverá ser problema. Tudo será resolvido nos próximos dias.
Recentemente surgiu o nome do ex jogador João Carlos dos Santos para encabeçar uma das chaves na disputa, mas o atual presidente Flávio Reis também poderá ser candidato. Ainda existe uma possibilidade de que se faça uma chapa de consenso, unindo nomes da atual diretoria com pessoas que pretendem prestar serviços ao clube.
Quem quer que seja o novo presidente, terá pela frente uma grande missão e um tremendo desafio: Em 2014, o Democrata vai completar 100 anos de existência e praticamente 06 anos fora da divisão de elite do futebol mineiro. Um clube de tamanha tradição e com tanta expressão no futebol mineiro, não pode ficar tanto tempo afastado da Série A.
As dificuldades citadas são as mesmas de sempre: Falta de apoio do poder público e de patrocinadores, além de total falta de visibilidade em função da permanência no Módulo II do Estadual, onde não são pagas as famosas e salvadoras cotas de televisão.
Os problemas vividos aqui, seguramente são enfrentados também por outros clubes, em praças diferentes, mas isso todos nós já temos ciência. Por tanto, quem assumir o clube terá de buscar algo novo, parcerias, aproximação com empresários, projetos atrativos para o empresariado local se sentir tentado a investir e coisas do gênero. Do contrário, se não houver alterações no roteiro, mesmo havendo mudança de personagens, o final do filme vai ser o mesmo de sempre.
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de Tv, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.