A volta do Regional
Quem acompanha meus comentários em programas de rádio e de televisão, ou lê minhas publicações, já deve ter observado o quanto me preocupo com as coisas do esporte local.
Sete Lagoas caminha para atingir uma densidade populacional de 250.000 habitantes e se considerarmos o entorno do município, passamos a falar de uma população de mais de meio milhão de pessoas. É muita gente envolvida no contexto esportivo.
O poder público, as empresas, associações e imprensa de uma forma geral, precisam ter em mente que investir em esporte é garantir em médio prazo, a resolução de muitos problemas relacionados com segurança, educação, saúde e formação do cidadão.
Nesse sentido, é preciso destacar a importância do retorno de competições tradicionais na região como o Campeonato Regional de Amadores, ainda que num formato diferente, envolvendo a Liga de Pompeu, em parceria com a Liga de Sete Lagoas e também a Copa Sete Lagoas, que andou sendo disputada num formato pouco produtivo para as comunidades da região.
É interessante observar como ficou rico o calendário do futebol amador de Sete Lagoas neste segundo semestre: Primeiro com o Regional, que começou na semana passada (Ideal e Embrapa representam a cidade); na seqüência com a Copa Sete Lagoas, que vai abranger 56 equipes de todas as regiões do município, com início programado para o fim de agosto e encerramento confirmado para o aniversário da cidade, em 24 de novembro na Arena do Jacaré. Finalmente, nos meses de dezembro e janeiro, já está confirmada a realização da 22ª edição da Copa Eldorado, o torneio com o maior apelo popular já constatado no interior do estado. A tendência é de que essa competição comece no segundo final de semana de dezembro, terminando na segunda quinzena de janeiro de 2014.
Que esse calendário repleto de atrações no segundo semestre de 2013 possa inspirar a todos para que tenhamos um 2014 com muitos outros eventos esportivos e movimentação intensa em Sete Lagoas e região.
Vem aí a primeira reunião
Por falar em Copa Eldorado, os promotores do evento já se movimentam no sentido de ajustarem os detalhes para a realização da 22ª edição. Já está marcada para a última semana de agosto a primeira reunião entre a diretoria da Rádio Eldorado, o coordenador do torneio, James Carlos Costa, o Caroba e pessoas ligadas às áreas comercial e de Marketing.
Ao todo 16 equipes deverão participar desta edição. A premiação ainda não está definida, mas deverá girar em torno de R$ 5.000,00 em dinheiro, divididos para o campeão, segundo e terceiro colocados, além de troféus e medalhas.
A Copa Eldorado, como reza a tradição, terá todos os jogos transmitidos pela Rádio Eldorado e apoio já confirmado de vários órgãos de imprensa da cidade. A partir de setembro, em data ainda a ser definida, serão abertas as inscrições para os clubes que desejarem disputar a competição. Aguardem as novidades nas próximas semanas!
Isso ainda existe
Para quem acha que o futebol está totalmente voltado para o capitalismo e que o respeito e consideração de atletas por seus ex. clubes não existem, esta semana veio à tona uma situação que mostra o quanto alguns profissionais, apesar dos salários milionários e de contratos que lhes garantem a independência financeira muito cedo, mostram fidelidade com agremiações defendidas no passado.
O presidente do Atlético, Alexandre Kalil, revelou que tentou contratar o meia Alex, atual jogador do Coritiba, quando ele estava deixando o futebol turco para retornar ao Brasil. O dirigente, no entanto, não foi bem-sucedido em sua tentativa. De acordo com a narrativa do mandatário atleticano, Alex sequer quis ouvir a proposta, alegando dois fatores importantes: Primeiro porque queria voltar para o Coritiba, clube que o revelou para o futebol profissional e também porque, segundo o próprio jogador, havia uma história muito bonita com o Cruzeiro e não queria desmanchar o excelente relacionamento com a torcida Celeste.
Uma vez o atacante atleticano Marques disse que jamais jogaria no Cruzeiro. Já o lateral cruzeirense Sorin declarou que não poderia vestir a camisa alvinegra. Ambos foram questionados por muitos, mas de fato não trabalharam pelos clubes rivais.
Apesar de todo o dinheiro que altera o comportamento de algumas pessoas e coloca interesses materiais acima de qualquer outro objetivo e valores, atitudes como essa do Alex, nos faz crer que ainda pode prevalecer no meio futebolístico o amor por um clube, uma torcida, ou uma facção. Parabéns Alex!
É viável
O presidente do Atlético, Alexandre Kalil, concedeu entrevista coletiva a um canal de TV fechada no início desta semana e como de costume, tudo o que foi falado, gerou grande repercussão. Alguns pontos da fala do homem forte do Atlético merecem destaque especial. Segundo ele, para montar o time que conquistou a Copa Libertadores da América, nada de absurdo foi feito, no que tange à investimentos: Kalil afirmou que o Atlético não fez nenhuma grande contratação a não ser o Tardelli. Sobre o Jô, o clube adquiriu 50% dos direitos econômicos e federativos para pagar até o final de 2014. O Ronaldinho veio com o passe dele. O Réver já estava pago. Leonardo Silva veio de graça. O Victor foi trocado pelo Werley (embora o Atlético tenha dado uma boa compensação financeira ao Grêmio). Kalil assegurou que o Atlético dá um lucro operacional de R$ 30 milhões por ano e que em 2013 o montante deve ser ainda maior por causa da venda do Bernard.
Sobre as dívidas do clube, o dirigente disse que elas estão escalonadas. Porém, ainda mostrou preocupação com a dívida tributária e disse que já há uma reunião marcada para tratar sobre o assunto na CBF, no fim do mês de agosto.
Desde quando assumiu a direção do Atlético, no fim de 2008, a atual diretoria já quitou cerca de R$ 40 milhões de dívidas trabalhistas. Do total da dívida alvinegra, o maior problema consiste neste ponto. As dívidas tributárias colocam o Atlético como um dos maiores devedores do futebol brasileiro, mesmo tendo todas as certidões negativas, honrando todos os compromissos salariais e com fornecedores rigorosamente em dia e não tendo mais um único título protestado.
É um assunto que realmente preocupa, não só ao Atlético, mas seguramente a todos os grandes clubes do País.
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.