Balanço positivo
Encerrada a primeira parte do Campeonato Brasileiro da Série A, os resultados obtidos pelos dois representantes do estado foram bastante satisfatórias. Num total de nove rodadas, com 27 pontos disputados, o Cruzeiro atingiu um índice de aproveitamento superior a 70%, acima, inclusive, das projeções para o campeão de 2014 ao final das 38 rodadas. A liderança isolada com 19 pontos ganhos mostra a supremacia celeste no Brasileirão, mantendo a hegemonia conquistada no ano passado. Contundente, eficaz e irresistível na maioria das partidas, o Cruzeiro já desponta, com menos de 30% dos jogos realizados, como grande favorito ao título.
O Atlético, por sua vez, terminou a etapa que antecedeu à Copa do Mundo como 8º melhor colocado, somando 14 pontos e índice de aproveitamento de 52%, número próximo do necessário para garantir vaga no G4 e conseqüentemente disputar a Copa Libertadores da América do próximo ano.
À exceção do Atlético, que ainda tem compromisso internacional em 2014, envolvido com a decisão da Recopa Sul-Americana, todas as outras equipes que figuram na parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro estão com o foco totalmente voltado para a competição nacional, de vez que não participaram, ou foram eliminadas de outros torneios no primeiro semestre.
A impressão que se tem é que a edição deste ano será muito mais equilibrada, com cinco ou seis equipes cotadas para a conquista do campeonato. Contudo, pelo que se viu nas primeiras rodadas, os mineiros podem levar vantagem, pois o Cruzeiro já tem um elenco formado e consolidado para a seqüência da temporada e o Atlético será muito reforçado por atletas que estavam contundidos e outros que estão sendo contratados para o segundo semestre. Poderemos ter um desfecho bastante favorável no fim do ano para ambos!
Força no ataque
Ao longo da “era Marcelo Oliveira”, o Cruzeiro tem feito prevalecer a força do seu ataque. Foi assim na vitória sobre o Flamengo, por 3 a 0, no último domingo, e em boa parte da temporada, o que deixou a equipe com o melhor desempenho da série A, com 18 gols assinalados. Os três tentos marcados saíram dos pés de jogadores de ataque: Ricardo Goulart, Borges e Everton Ribeiro.
O Cruzeiro ocupa o posto de ataque mais eficiente entre os 20 clubes que disputam a Série A do futebol brasileiro. Além disso, o time celeste tem dois atletas brigando pela artilharia, Marcelo Moreno e Ricardo Goulart, ambos com cinco gols.
A vocação ofensiva do time já rendeu ótimos frutos num passado recente: Os títulos do Campeonato Brasileiro de 2013 e do Campeonato Mineiro de 2014. Oliveira ainda carrega o rótulo de treinador com o melhor índice de aproveitamento da história do Cruzeiro. Além disso, o estilo ofensivo e a forma agressiva com que a equipe vem se portando, agrada o torcedor e solidifica ainda mais o trabalho do competente treinador, um dos melhores da nova geração no País!
É preciso ponderar
A Copa do Mundo costuma ser motivo de festa em todos os países onde ela acontece. É assim desde 1930, quando foi realizada a primeira edição, no Uruguai. Em 2014, a 20ª edição da Copa vai ser aqui, porém, está mais comum ver opiniões contrárias do que favoráveis. Fazendo um balanço frio de tudo o que está sendo falado, chega-se à conclusão de que as críticas à organização do Mundial pelo Brasil estão excessivamente duras e um clima de pessimismo paira no ar. Alguns chegam a mostrar indignação, a ponto de hostilizaram até mesmo os próprios jogadores da Seleção Brasileira.
Há um lado extraordinário neste evento que muitos estão se esquecendo. Imaginem o quanto o Brasil será propagado em diversos segmentos, os novos negócios que irão surgir, milhares de empregos diretos e indiretos, fomentação extraordinária do setor turístico, bares, restaurantes, hotéis e um legado, ainda que parcial, em obras de infra-estrutura pelo Brasil afora, sobretudo em rodovias, aeroportos e metrôs.
Todos têm todo o direito de protestar, desde que de forma ordeira, afinal de contas, estamos num dos países mais democráticos do mundo. Contudo é preciso entender que a Copa do Mundo, ou mesmo a FIFA, não são as responsáveis por todos os problemas sociais do Brasil. Se a Copa não fosse realizada aqui, os problemas estarão acontecendo, do mesmo jeito.
O que todos precisam entender é que o Brasil é o mesmo, antes da Copa e assim será, durante e depois do Mundial. Obviamente que, o sentimento de luta para que as nossas perspectivas melhorem, deve sempre prevalecer, mas atribuir todos os nossos males à realização da Copa do Mundo passa a ser um grande contra-senso.
Vida dura pra ele também
Dispensado pela equipe Ferrari no fim de 2013, Felipe Massa foi substituído pelo finlandês Kimi Raikkonen, numa tentativa da escuderia italiana de buscar mais regularidade e um desempenho mais próximo do bicampeão Fernando Alonso. Mas o campeão mundial de 2007 tem sofrido para acompanhar o ritmo do espanhol. Em seis etapas, o “Homem de Gelo” não conseguiu chegar nenhuma vez à frente de Alonso e possui 17 pontos, um a menos que o brasileiro – que, agora na Williams, soma 18. Enquanto isso, Fernando já alcançou 61. A diferença entre a atual dupla da escuderia italiana é maior que a que Fernando e Felipe tinham nesta altura do campeonato de 2013 (78 do espanhol, contra 45 do brasileiro). Muita gente está admirada com a disparidade entre Kimi e Alonso, exceto o próprio Massa. Para o brazuca, Raikkonen precisará de tempo para conseguir se readaptar a equipe para ter chances de rivalizar com Alonso, pois ele carece de uma melhor leitura dos indicadores do carro e da escuderia, nesta retomada ao time de Maranello.
Com o Campeonato Brasileiro paralisado em todas as divisões e ainda sem ter bola rolando pela Copa do Mundo, a torcida brasileira terá uma boa oportunidade para acompanhar a etapa do Canadá de Fórmula I, a 7ª da temporada, no circuito de Montreal. A largada está prevista para as 15 horas (horário de Brasília) deste domingo.
Será mais uma ótima oportunidade para Kimi tentar bater pela primeira vez no ano o companheiro Alonso e também para Felipe Massa tentar encurtar a diferença na classificação do mundial de pilotos para o colega de Williams, Valtteri Bottas, que já soma 34 pontos, 16 a mais do que o brasileiro.
Ainda bem que eles existem
O momento de futebol de Sete Lagoas só não é pior porque algumas competições isoladas, coordenadas por abnegados do esporte mantêm uma boa movimentação em diferentes regiões da cidade.
Com as quedas do Democrata para a Terceira Divisão do futebol estadual e do Minas Boca para o Módulo II (que na verdade é a Segunda Divisão), a cidade passou a depender dos acontecimentos locais para a continuidade das práticas esportivas.
Como a Copa Sete Lagoas só deve começar em agosto e a Copa Eldorado, principal competição do futebol amador da região tem inicio previsto apenas para dezembro, os campeonatos particulares e de bairros ganharam destaque neste primeiro semestre.
Os tradicionais certames do Clube Náutico de Sete Lagoas, em suas variadas categorias e a boa Copa 2001 Jeans ajudaram a preencher o calendário local. Mas, inegavelmente, os torneios regionais, como a Copa João da Cunha, vencida pelo Bosque, Copa da Amizade do Bangu, conquistada pelo Monjolos e Copa Curitiba, que ficou com o Fluminense, permanecem como principais pontos de apoio para a revelação de novos jogadores, dando também um contributo incomensurável para a formação dos jovens e adolescentes.
Este é um bom caminho (talvez o único) a ser seguido pelos nossos clubes e seus respectivos dirigentes, para que o tradicional futebol avulso e o imprescindível futebol amador, não amarguem um espaço cada vez menor no meio social, e não caiam no completo esquecimento das pessoas que fazem parte das comunidades da região.
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.
