Não é de hoje que vemos a total falta de planejamento e competência por parte das pessoas que dirigem o chamado futebol profissional no Brasil.
Os erros são de toda ordem: Irresponsabilidades fiscais, inconseqüências financeiras, falta de bom senso para as mais variadas negociações (com patrocinadores, outros clubes, federações e emissoras de TV), dentre outros…
Mas, num futebol brasileiro, sem brilho e sem craques, dentro de campo, e que ainda sofre demais com o vexame da Copa do Mundo de 2014 e com a enxurrada de denúncias sobre possíveis atividades corruptas durante as obras de preparação para o Mundial, além da falta de estrutura administrativo financeira, fora de campo, nada se aproxima da total desorganização e estrangulamentos que são provocados pelos vícios de um calendário esportivo absolutamente falido e obsoleto.
E vejam que a coisa pode piorar: Há uma ala dentro das federações estaduais, em parte do Brasil, que defende a volta do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, no qual, voltaria a ser premiado o clube com melhor desempenho nas fases mata-matas e não aquela agremiação que obtivesse como acontece nos dias de hoje, o melhor resultado ao longo da competição, caracterizando uma conquista por regularidade.
Além de tudo isso, aqui em Minas Gerais, assistimos a mais um capítulo de horrores nos bastidores do nosso futebol. A incompetência de Cruzeiro e Atlético, que conseguiram perder na última rodada da fase classificatória, provocando um confronto precoce, já nas semifinais do Campeonato Estadual, deflagrou uma crise nos bastidores que seguramente irá servir como argumento para o time que for eliminado e não conseguir chegar à final do certame.
Com o primeiro jogo das semifinais, inicialmente, marcado para domingo, o Cruzeiro solicitou a mudança para que a partida fosse disputada no sábado, para evitar uma maratona antes do jogo da Libertadores, terça-feira que vem, na Argentina, contra o Huracan.
No meio do caminho da solicitação, surgiram dois problemas. A TV Globo barrou a transferência para ter o melhor jogo do Estado transmitido no domingo, às 16h, no horário nobre. E o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, avisou na sua conta de Twitter, ainda no domingo passado, que “A chance do Atlético jogar sábado não existe. Jogaremos domingo no Independência”. O curioso é que o calendário mineiro ficou estrangulado, mesmo com a Federação Mineira de Futebol tendo ciência, desde o fim do ano passada que, Atlético e Cruzeiro estavam garantidos na fase de grupos da Copa Libertadores da América e que a disputa aconteceria de forma paralela ao Estadual. Ao invés de esboçar um planejamento estratégico, antecipar rodadas e “guardar algumas datas na manga”, os “gênios” que dirigem o futebol mineiro preferiram fazer as primeiras rodadas da enfadonha fase classificatória com um grande espaçamento de datas, com poucas partidas às quartas-feiras e mataram o calendário. Foi assim em fevereiro quase todo.
Em São Paulo, o problema é semelhante. A Federação Paulista de Futebol havia definido que apenas dois dos três grandes da capital jogariam em casa nas quartas de final. Recentemente, vieram a público para afirmar que o regulamento poderia ser rasgado para que todos estivessem em casa.
Até o Botafogo, rival do Palmeiras, disse que toparia ver as regras serem esquecidas para atuar no Allianz Parque caso os palmeirenses sejam o terceiro colocado.
Nesta polêmica, a única certeza é que o Corinthians, líder garantido no geral, terá o direito de atuar contra a Ponte Preta, no próximo fim de semana, na Arena Corinthians.
Vamos aguardar os desdobramentos e as cenas dos próximos capítulos, pois novas e novas lambanças vão acontecer nesta reta final de campeonatos estaduais!
Homem de gelo que nada
Felipe Nasr estreou na atual temporada na Fórmula I e já se destacou logo na corrida de abertura na Austrália, quando completou o percurso em quinto lugar. O piloto da Sauber é mais um brasileiro na principal categoria do automobilismo e para os especialistas, tem um grande futuro pela frente. Mas isso não teria sido possível sem a contribuição de um outro piloto. Trata-se do finlandês campeão mundial Kimi Raikkonen, famoso por sua frieza e indiferença, quando o assunto tem ligação com sentimentos. Em entrevista ao canal “F1 Latin America”, Nasr revelou que o campeão de 2007 o ajudou financeiramente para que ele desse prosseguimento a sua carreira quando a situação apertou e a família já não podia mais bancar.
O empresário de Nasr, Steve Robertson, é o mesmo do finlandês. O brasileiro correu na F-3 Britânica defendendo a “Double R”, equipe fundada por Raikkonen e Steve em 2010. No ano seguinte, defendeu a Carlin na mesma categoria, e estreou na GP2 em 2012, pela Dams.
Nos dois primeiros GPs da F-1 em 2015, Nasr se envolveu em toques com Kimi na primeira volta. Em Melbourne, o “Homem de Gelo” perdeu posições. Em Sepang, os problemas foram maiores: o pneu traseiro esquerdo da Ferrari de Kimi furou, e a asa dianteira da Sauber de Nasr quebrou.
Na madrugada do próximo domingo acontece a terceira etapa do Mundial de 2015, no circuito de Xangai, na China.
Absurdo dos absurdos
O campeonato Universal Cup, em Forte dei Marmi, na Itália, foi palco de um lamentável episódio de racismo neste final de semana. Durante a partida do time sub-10 do Milan contra o PSG, jogadores negros da equipe italiana foram alvos de insultos por parte dos pais de outras crianças que participam da competição.
O caso foi confirmado pelo Milan, que lamentou o episódio de racismo. No site do clube foi divulgada a seguinte mensagem: “Podemos confirmar o suposto caso de racismo para com as crianças negras por parte de diversas ‘pessoas’ nas arquibancadas de Milan x PSG (domingo, 5). Não queremos ampliar ou exagerar nada, mas esperamos muito que isso não seja verdade e seja apenas algo isolado. Se esse não for o caso, então será algo absolutamente inaceitável”, escreveu o clube.
A competição não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas postou em seu Facebook um vídeo contra o racismo com Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar.
Depois dos adultos, agora é a vez das crianças passarem por essa situação. Algo repugnante, inacreditável e revoltante. Até quando, meu Deus?
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, narrador e repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.