Primeiro Tempo
A semana começou com novidades pelos lados do Cruzeiro. Após garantir a permanência da equipe na próxima edição da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico Luiz Felipe Scolari decidiu deixar o clube.
No dia 15 de outubro do ano passado o Cruzeiro anunciou o retorno de Felipão. O treinador, com vitoriosa passagem pela Toca da Raposa, entre 2000 e 2001, estava de volta para um projeto ambicioso. Reconduzir o clube à elite do futebol nacional e recolocar o time estrelado entre os mais fortes do país. Para isso, foi dado ao treinador um contrato até dezembro de 2022. Porém, 103 dias depois, pouco mais de três meses, acabou o casamento.
A relação clube e técnico foi se desgastando muito rapidamente. Quando procurado, Felipão rejeitou um primeiro convite. A conversa seguiu em outra data e terminou com a assinatura de contrato em Porto Alegre, com a emblemática foto do treinador vestindo a camisa estrelada, sem bigode e com uma garrafa vazia de whisky ao fundo.
Na reunião que selou a volta do técnico à Toca da Raposa, uma série de exigências foram feitas. Salários em dia, condições para reforçar o elenco imediatamente e a longo prazo. Felipão estava ciente da situação do Cruzeiro, mas revelou depois, inclusive publicamente, que se tratava de algo pior do que ele imaginava.
Num primeiro momento as exigências do treinador foram atendidas. Salários colocados em dia, débito com o Zorya, da Ucrânia, quitado, o que permitia registrar novos contratos, e a chegada de reforços. Não na quantidade desejada. O Cruzeiro buscou William Pottker e Rafael Sóbis. Na lista do treinador ainda estavam Thaciano, do Grêmio, e Jonathan Copete, do Santos.
Poucas semanas depois a relação de confiança já não era mais a mesma. O Cruzeiro estava impedido de contratar novamente, por causa de uma outra dívida, os salários atrasados outra vez e não foi entregue a quantidade de reforços pedida por Felipão.
A situação se agravou em dezembro. Os salários seguiam atrasados, os jogadores estavam insatisfeitos e os demais funcionários com muitas dificuldades financeiras. Um ambiente que não estava bom, ainda mais com o time que não decolava. Já não estava mais dentro da zona do rebaixamento, mas não conseguia colar no G4 e entrar de vez na briga pelo acesso. O discurso do treinador era apenas o de não cair, mas o Cruzeiro queira mais e a remuneração elevada do treinador comprovava.
Felipão tomou a decisão de sair do Cruzeiro assim que teve a certeza de que para a próxima temporada o elenco será mais modesto do que foi na atual. O técnico quer trabalhar com jogadores de nome, já experientes. Mas o clube não pode bancar. O 2021 da Raposa será repleto de apostas e negociações de oportunidades, tanto que escolheu André Mazzuco, ex. Vasco da Gama, para ser diretor de futebol. Cabe a ele montar um grupo de atletas capaz de conseguir o acesso com o menor investimento possível.
Sem o acesso, mas livre da Série C. Assim Felipão entrega o Cruzeiro. A passagem não foi como os dois lados esperavam, até por isso um consenso para acertar a saída e o clube não terá de pagar a multa prevista no contrato. Agora é aguardar e ver o que a diretoria tem a apresentar para o torcedor, algo que seja concreto e que esteja de fato ao alcance do clube!
Segundo Tempo
Além de encerrar um jejum de 11 jogos sem vitórias no Gre-Nal, o Inter alcançou outra marca ao vencer o Grêmio por 2 a 1 de virada no final de semana, no Beira-Rio, pela 32ª rodada do Brasileirão. O time de Abel Braga chegou à oitava vitória consecutiva e igualou o recorde do Flamengo de Jorge Jesus em 2019.
Antes, apenas o Cruzeiro havia alcançado o feito, mas no Brasileirão de 2003, quando o campeonato era disputado por 24 participantes. Na ocasião, em duas oportunidades.
O Colorado viu os principais concorrentes ao título tropeçarem na rodada passada e agora tem 75% de chances de ser campeão brasileiro. O Atlético tem 7% de chance de ser campeão, seguido pelo Flamengo, com 6%. Palmeiras e Grêmio praticamente deram adeus à disputa pela taça, embora ainda tenham 1% de chances matemáticas.
Segunda Divisão Mineira tem rodada decisiva no final de semana
No último sábado foram realizados os jogos da 4ª rodada do Hexagonal Final da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. No Estádio Municipal José Barbosa Nadalini, em São Sebastião da Bela Vista, o Santarritense venceu o Uberaba por 3 x 0. No SESC Venda Nova, em Belo Horizonte, o Contagem foi derrotado pelo Aymorés por 1 x 0. E em Santa Luzia, no Campo do Frimisa, o União Luziense goleou o Poços de Caldas por 4 x 0.
Essa combinação de resultados foi suficiente para que o Aymorés, clube da cidade de Ubá, garantisse o acesso ao Módulo II do Mineiro, após 26 anos sem competir profissionalmente.
A outra vaga será decidida na última rodada do Hexagonal Final. As únicas equipes que ainda têm chances de conquistar a vaga restante, União Luziense e Uberaba, irão se enfrentar. Os atuais 2º e 3º colocados na tabela, irão jogar no Uberabão, uma verdadeira final para ambas equipes. O União Luziense joga pelo empate para garantir o acesso.
Veja a classificação atualizada, após a realização da penúltima rodada:
Posição Equipe PG J V E D GP GC SG %
1º Aymorés 10 4 3 1 0 5 0 5 83
2º União Luziense 09 4 3 0 1 10 4 6 75
3º Uberaba 07 4 2 1 1 2 3 -1 58
4º Santarritense 04 4 1 1 2 5 5 0 33
5º Poços de Caldas 03 4 1 0 3 2 7 -5 25
6º Contagem 01 4 0 1 3 2 7 -5 08
A quinta e última rodada terá todos os seus jogos disputados no mesmo horário, no sábado (30), às 15 horas. No Estádio Affonso de Carvalho, em Ubá, o já classificado Aymorés recebe o Santarritense, precisando da vitória para garantir o título da competição. Poços de Caldas e Contagem cumprem tabela no Sul de Minas. Uberaba e União Luziense fazem o principal jogo da rodada no Triângulo Mineiro.
Quem subir para o Módulo II, além do Aymorés, ocupará as vagas deixadas por CAP de Uberlândia e Mamoré de Patos de Minas, que foram rebaixados para a Segunda Divisão Estadual em 2021.
Maracanã recebe a final da Copa Libertadores neste sábado
Um decreto do governador em exercício do Rio de Janeiro, Claudio Castro, autoriza a ocupação de 10% da capacidade total do estádio (78.838 pessoas) no Maracanã para a final da Copa Libertadores de 2020. O jogo entre Palmeiras e Santos está marcado para este sábado, às 17 horas. O texto, publicado no Diário Oficial do RJ ressalta que o evento não terá público pagante, mas “é autorizada a presença de pessoas devidamente credenciadas pela entidade organizadora, inclusive integrantes da coordenação, realização, segurança e patrocínio do evento e das entidades esportivas participantes até o limite máximo de 10% da capacidade do estádio” – 7,8 mil pessoas liberadas.
A Conmebol, por sua vez, não pretende chegar nem perto disso. Segundo informações preliminares, a confederação sul-americana projeta cerca de cinco mil pessoas envolvidas diretamente com a final presentes ao Maracanã – entre delegações dos clubes, imprensa, convidados, patrocinadores, cartolas, estafe e efetivo policial.
Mesmo sem público e qualquer comercialização de ingressos no Maracanã, a Conmebol decidiu vender “entradas virtuais” para a grande final entre Palmeiras e Santos. A ideia da entidade é arrecadar um valor a partir de bilhetes solidários e doá-lo para entidades que ajudam no combate à covid-19.
Quem faturar o título da Copa Libertadores já viajará logo em seguida para o Catar, onde será disputada a edição 2020 do Mundial de Clubes. O torneio começa no dia 1º de fevereiro.
Santos ou Palmeiras, quem levantar a taça, tem estreia marcada para o dia 7 de fevereiro, no Education City. Esse será o mesmo palco da grande decisão do Mundial de Clubes, no dia 11 de fevereiro.
Os times confirmados no torneio são: Al-Duhail, do Catar; Al Ahly, do Egito; Bayern de Munique, da Alemanha; Ulsan, da Coreia do Sul; Tigres, do México; e o vencedor da Libertadores.
Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, ex-narrador e ex-repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.