O futebol brasileiro vive tempos difíceis, em que os acontecimentos fora de campo ganham mais notoriedade do que os fatos ocorridos dentro das 04 linhas. A Operação “Penalidade Máxima” investiga, desde fevereiro de 2023, suspeitas de manipulação em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro e também competições estaduais realizados em 2022. Em decorrência das investigações, que já colocaram alguns jogadores como réus e cita outros no processo, os clubes já começaram a tomar providências.
Até o momento, seis atletas da Série A do Campeonato Brasileiro, além de um da Série C, foram afastados de seus clubes enquanto a Justiça segue com a apuração rigorosa dos fatos: Eduardo Bauermann, zagueiro do Santos, Richard, volante do Cruzeiro, Pedrinho, lateral-esquerdo e o meia equatoriano Bryan García, do Athletico-PR, Vitor Mendes, zagueiro do Fluminense, que pertence ao Atlético, Nino Paraíba, do América e Fernando Neto, do São Bernardo. Atualmente no São Bernardo, que disputa a Série C do Brasileirão, Fernando Neto é mais um jogador que está de fora das atividades do clube.
A investigação da Operação “Penalidade Máxima” aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até a R$ 100 mil, a cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.
Um jogador cooptado, por exemplo, teria a “função” de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida – normalmente uma derrota de sua equipe.
As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.
Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.
A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado. A partir daí, criou-se a operação “Penalidade Máxima” para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.
Nenhum jogador foi preso até o momento, só pessoas envolvidas nos pedidos de manipulação. Foram três mandados de prisão em São Paulo, mas só para não atletas.
Tempo Esportivo
1º Tempo
Desnecessário! Eduardo Coudet ironizou as críticas recebidas após a goleada do Atlético por 4 a 0 sobre o Cuiabá, na última quarta-feira, na Arena Pantanal, pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Ao elogiar a eficiência do time, que marcou quatro gols em oito finalizações, o técnico brincou sobre os erros recentes nos arremates a gol: “Fizemos um grande jogo, como vínhamos fazendo. O último jogo não foi o melhor, queríamos trocar a imagem. Tivemos no último jogo a possibilidade de abrir o marcador e não deu certo. Isso troca muito também. Estivemos certeiros e, acho que essa semana, não vão falar que temos que trabalhar finalização”, avaliou.
A ironia do treinador alvinegro foi mal interpretada por parte da torcida, uma vez que, realmente, o time tem perdido uma infinidade de gols a cada jogo, sobretudo nas últimas semanas. As críticas têm sido merecidas e o time ainda não convenceu em 2023.Humildade para reconhecer os erros, coragem e competência para buscar melhorias deveriam ser as pautas abordadas pelo argentino na entrevista coletiva no Mato Grosso.
O Atlético deu um salto na tabela da Série A com a vitória sobre o Cuiabá. O time deixou o 16º lugar e assumiu o oitavo, com sete pontos. A próxima partida será contra o Internacional, no sábado, às 21h, no Mineirão.
2º Tempo
Parecia coisa de cinema ou novela! A terrível discussão entre Bruno Rodrigues e Henrique Dourado antes de cobrança de pênalti no duelo entre Cruzeiro e Fluminense repercutiu também na imprensa internacional. Grandes portais de Portugal, Espanha, Peru e Argentina deram destaque ao assunto.
Em Portugal, “A Bola” tratou o entrevero como “cenas surreais” e repercutiu a fala de Pepa em relação ao episódio. Assim como “O Jogo”, também do país natal do técnico cruzeirense.
A situação ocorreu no segundo tempo, quando o Cruzeiro já perdia por 2 a 0. O árbitro marcou pênalti de Manoel e expulsou André. Bruno Rodrigues pegou a bola e bateu, parando em defesa de Fábio. O goleiro adiantou, e a arbitragem mandou voltar a cobrança. Foi aí que o atrito se acentuou. Henrique Dourado colocou a bola debaixo do braço para bater, mas Bruno Rodrigues insistiu até retomar a bola, e os companheiros precisaram separar os atletas. Ele bateu para fora. Depois da partida, Pepa disse que o cobrador, de fato, deveria ser Bruno. Os dois atacantes fizeram publicações nas redes sociais para explicar a situação e se desculparem. Dourado admitiu o excesso e admitiu que estava errado. De toda forma, a situação soou como uma espécie de falta de comando dentro do time e é algo que não pode voltar a acontecer.
Dentro de campo, o Cruzeiro foi corajoso, não se escondeu em suas limitações, não jogou recuado e fez frente a um dos melhores times do futebol brasileiro em 2023, mesmo com desfalques importantes de Richard e Ramiro, que foram a alma do meio-campo na arrancada recente. Finalizou quase três vezes mais do que um time marcado pela ofensividade e teve, em quase todo o jogo, mais posse de bola. Domingo tem clássico em BH: América e Cruzeiro se enfrentam às 18:30 no Estádio Independência. O confronto vale demais para as duas equipes, porém, desta vez, o cabuloso vive uma fase melhor do que o Coelho e leva ligeiro favoritismo.