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Suspensão de competições vem causando colapso financeiro de clubes e federações / Coluna / Álvaro Vilaça / Tempo Esportivo

A suspensão total das competições mundo afora está causando um verdadeiro colapso nas finanças de clubes e federações. A crise, sem precedentes no meio esportivo, pode revolucionar e retrair os patamares econômicos praticados atualmente por diversas agremiações esportivas.

Foto: ReproduçãoFoto: Reprodução

Na Europa, diante da pandemia do Coronavírus, já existe a ameaça de que vários clubes quebrem financeiramente, com a redução drástica de receitas, enquanto que os gastos praticamente são mantidos, ainda que tenham ocorrido reduções salariais para atletas e treinadores.

Embora os gigantes europeus, como Bayern de Munique ou o Barcelona, contam com alguma reserva financeira, a maioria dos clubes profissionais está sendo asfixiada pouco a pouco.

Não haver jogo significa não haver receita com direitos de transmissão, nem com venda de ingressos, que são as duas principais fontes de renda das grandes ligas.

Em todos os países, os valores em jogo são colossais. Na Inglaterra, se a temporada não for retomada, os clubes da Premier League terão que devolver coletivamente 815 milhões de euros aos canais de tv.

Na Itália e na Alemanha, os especialistas avaliam as perdas totais (direitos de transmissão e bilheteria) em mais de 700 milhões de euros. Na França, o prejuízo será de 400 milhões de euros caso a temporada seja cancelada.

Na Espanha, os prejuízos serão por volta de 700 milhões de euros se o fim do campeonato nacional não for disputado. Deste valor, cerca de 500 milhões são em direitos de transmissão a receber.

Estes argumentos explicam a insistência de todos os campeonatos para que as competições sejam reiniciadas, mesmo que com portões fechados, pelo menos para garantir a receita dos direitos de transmissão.

Portanto, a pandemia do novo coronavírus paralisou o futebol ao redor do mundo e complicou a vida financeira de muitos clubes. No Brasil não é diferente e, a exemplo de outros países, uma das saídas tem sido a redução salarial dos elencos.

O problema é que em solo brasileiro não houve acordo coletivo entre a Comissão Nacional de Clubes (CNC) e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). Desta maneira, cada clube está resolvendo a situação de um jeito com seus elencos.

Até o momento, Bahia, Ceará, Fortaleza, Grêmio, Atlético e Santos são os integrantes da elite que encontraram uma solução. Rebaixado à Série B, o Cruzeiro também decidiu pelo corte.

No caso do Galo, jogadores, dirigentes remunerados, membros da comissão técnica e funcionários sofreram um corte de 25% dos vencimentos. A medida foi tomada de forma unilateral e vai se estender "pelo período em que perdurarem os efeitos da pandemia", segundo nota oficial assinada pelo presidente Sérgio Sette Câmara no início do mês.

O Cruzeiro também optou unilateralmente por corte: "Caso se mantenha a situação de pandemia, será aplicada uma redução de 25% sobre o salário dos funcionários (colaboradores, jogadores, diretoria e membros da comissão técnica), imediatamente após o retorno das férias, mesmo período em que poderá iniciar a redução para os que não estão de férias", disse o clube em nota.

Contudo, essa redução para ser totalmente insuficiente, diante do quadro de caos financeiro que já se instala em vários segmentos da economia brasileira, dentre eles, claro, o futebol profissional.

Se medidas radicais não forem tomadas por clubes e federações, com apoio irrestrito da CBF, que parece estar “lavando as mãos” neste momento, para que hajam profundas reduções de despesas, o futebol brasileiro poderá entrar numa recessão sem precedentes, da qual, poucos sairão ilesos num futuro próximo!

 

Prejuízo com o adiamento dos Jogos Olímpicos é algo sem precedentes na história do esporte

O adiamento das Olimpíadas de Tóquio de 2020 para 2021 gerou um prejuízo de "centenas de milhões de dólares" para o Comitê Olímpico Internacional. E o rombo poderia ser maior se o COI não tivesse um seguro pomposo que lhe renderá até R$ 10,1 bilhões (US$ 2 bilhões). Quem relatou o tema foi o presidente da entidade, Tomas Bach.

Campeão olímpico de esgrima nos Jogos Olímpicos de Montreal 1976, Tomas Bach celebrou o seguro feito pelo COI, mas lembrou que ele só cobre o cancelamento das Olimpíadas, mas não garante apoio nas novas datas (23 de julho a 8 de agosto de 2021).

- O seguro do COI cobre o cancelamento, mas não o adiamento. O adiamento exigia um acordo com comitê organizador, que precisava estar preparado para seguir por mais um ano - e o governo japonês também precisava estar disposto a continuar apoiando os preparativos.

Os órgãos governamentais japoneses e organizadores locais afirmam que o custo das Olimpíadas de Tóquio era da ordem de US$ 12,6 bilhões (R$ 64,1 bilhões). Contudo, uma auditoria do governo reportou em dezembro do ano passado que havia chegado a US$ 28 bilhões (R$ 142,5 bilhões). Há sempre um debate sobre o que é custo olímpico e o que deve ficar fora dessa conta. Quando Tóquio venceu como cidade-sede em 2013, estimou os gastos em até US$ 7,3 bilhões (R$ 37,1 bilhões).

O COI contribuiu com US$ 1,3 bilhão (R$ 6,6 bilhões), uma pequena fração quando se pensa no total. A entidade máxima do desporto internacional teve ganhos em torno de US$ 5,7 bilhões (R$ 29 bilhões) no último ciclo de 2013 a 2016. Quase três quartos disso vêm de direitos de transmissão. Outros 18% vêm de patrocinadores.

Até o adiamento, o ganho financeiro previsto pelo COI com as Olimpíadas no Japão estava estimado em R$ 25,4 bilhões (US$ 5 bilhões). Para efeito de comparação, em sua prestação de contas dos Jogos Rio 2016 a entidade arrecadou US$ 3,7 bilhões.

 

Arena MRV, enfim, deve sair do papel

O projeto do novo estádio do Atlético já teve várias versões até chegar ao modelo atual. A Arena MRV, que terá capacidade para 46 mil torcedores, deve começar a ser construída ainda neste mês, com previsão de inauguração para o segundo semestre de 2022. Na semana passada, o arquiteto Bernardo Farkasvölgyi participou da live da TV Galo, e deu detalhes de segurança do projeto da nova casa atleticana.

Bernardo dividiu as explicações mais relevantes sobre segurança em três pontos: chegada das torcidas (local e visitante); separação das torcidas (dentro do estádio) e evacuação do estádio (em caso de emergência).

- Tem que ter uma participação muito legal do Corpo de Bombeiros e da Tropa de Choque da Polícia Militar. A gente fez várias reuniões com ambos. Fundamental a presença das duas instituições pra elaboração do projeto - disse o arquiteto.

- A torcida do Atlético chega pela Via Expressa, que é o acesso principal, e chega também pela rua lateral, da esquerda, uma rua mais larga. E a rua de fogo vai ser na Rua Walfrido Mendes, à direita. Ou seja, se eu pegar a frente da Via Expressa e abraçar, como se fosse um "U", seria todo o acesso da torcida do Atlético. Já a torcida adversária vai entrar no sentido oposto à Via Expressa. Será uma entrada exclusiva para os torcedores adversários. A parte de bilheteria também vai ser nessa mesma parte, e até a questão de como os ônibus e a torcida (visitante) vão chegar foi estudada em parceria com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Já há o projeto de como acessar a arena e essa divisão.

- A gente tem separações, por exemplo, num dia de Atlético e Cruzeiro. Não sei se o Cruzeiro vai chegar com 10% dos torcedores, mas vamos imaginar que possa chegar. São 4.600 torcedores. A gente tem uma separação de 200 metros na Rua Walfrido Mendes e outra separação de 200 metros na rua acima, de modo que as torcidas não se encontrem de forma alguma. A mesma coisa com o transporte público. O torcedor do Atlético virá pela estação Eldorado (de metrô), e o torcedor do Cruzeiro virá pela BR-040. Isso é fundamental. A própria rua de fogo também está totalmente isolada, só pro torcedor do Atlético. Isso é fundamental pra que a gente consiga, em um clássico, por exemplo, com emoções mais alteradas, que a gente não tenha nenhum tipo de sinistro - completou Bernardo.

Sobre a separação de torcidas ele também detalhou.

- Não dá pra não fazer com espaço físico. Hoje a gente tem uma separação física entre as torcidas. Seria em torno de 880 cadeiras. Isso foi discutido longamente com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, para chegarmos a um entendimento que seria suficiente essa separação.

Desde as primeiras versões do projeto, a Arena MRV prevê a possibilidade de ter um setor do estádio sem cadeiras. A ideia é que seja um setor mais popular, com ingressos mais baratos e dedicado a receber as torcidas organizadas. Bernardo Farkasvölgyi explicou, porém, que isso é, atualmente, proibido pelas autoridades. Não significa que é uma hipótese descartada.

- Essa arena foi projetada também pro torcedor raiz. O torcedor que tem pouco poder aquisitivo vai estar na Arena MRV. A ideia é que o setor norte da arquibancada inferior não tenha cadeiras. Exatamente para trazer esse público e as torcidas organizadas. Hoje, estamos em discussão com o Corpo de Bombeiros, porque a norma de Minas Gerais, do Corpo de Bombeiros, não aceita, não admite (setor sem cadeiras). Mas não fechamos a porta. Estamos conversando com o Corpo de Bombeiros para buscar soluções técnicas e com segurança para que aquele setor fique sem cadeiras.

Álvaro Vilaça é formado em Comunicação Social e Marketing, apresentador de TV, ex-narrador e ex-repórter esportivo da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, Diretor de Programação e Coordenador de Esportes da Rádio Eldorado e do Jornal Hoje Cidade. Também é o responsável pela coluna de Esportes do Jornal Notícia e é professor de Negociação, Compras e Marketing das Faculdades Promove de Sete Lagoas. Pós-Graduado em Administração e Marketing.



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