Empregos/Força do hábito
Em vários anos de experiências em diversos processos seletivos é possível descrever várias atitudes no momento das entrevistas de seleção, muitas delas comum para o profissional de RH e inusitadas para quem não é do RH, mas hoje quero destacar um episódio tão comum, mas que não passa despercebido por nenhum profissional de RH no momento da entrevista e nem por alguns gestores de diversas empresas.
Mais um processo seletivo em que o gestor da empresa participa da etapa final, após 45 minutos de aplicação de testes e todos os preenchimentos dos cadastros necessários, chega o momento em que o candidato entrega seus relatórios para ir embora e aguardar o resultado. Juntamente com o gestor da empresa, agradecia cada candidato que entregava o material, entre os 12 candidatos participantes, 5 não entregaram a caneta que pertencia a empresa, destes 5 candidatos, uma candidata retornou após alguns minutos na sala, pediu licença e devolveu a caneta com uma simples frase “Desculpe-me é força do hábito” o gestor apanhou a caneta logo após a candidata sair e me perguntou o que você entendeu com o que ela quis dizer que é força do hábito?
Bom! Claro que para mim, ela estava referindo que costuma guardar a caneta depois de usá-la, só esqueceu-se de observar que não há pertencia. A percepção do gestor não foi à mesma, fez questão de rever os currículos dos 5 candidatos que não devolveram as canetas sob um novo olhar, que influenciou direto na decisão final do processo seletivo.
A esta altura do texto já surgiram diversas perguntas, incluindo esta: O que vale uma simples caneta Bic? Podemos chegar a diversas respostas, antes de chegar na primeira para muitos que poderia ser o valor financeiro, mas não há como não negar esta falha comum entre diversos brasileiros, que dependendo do momento é motivo de rejeição, como foi no processo seletivo desta empresa e principalmente em processos seletivos de empresas de outros países, como a cultura oriental. Japoneses valorizam detalhes como este considerado sem importância por muitos brasileiros.
Nas minhas entrevistas posso dizer que para cada 10 candidatos 4 não devolvem a caneta, mas nunca considerei este detalhe para o resultado final.
Um hábito é aquilo que você faz sem pensar – o que é a causa de a maioria de nós termos vários deles. (Frank Howard Clark)
O exemplo da caneta nos leva a reflexão e se perguntar: Qual ou quais os hábitos podem vir ou já nos prejudicam quando o assunto é mercado de trabalho?
Alguns hábitos altamente prejudiciais no ambiente de trabalho e muitos nem sabem ou admitem que possua:
- Isolamento
- Evitar tarefas
- Resistir a mudanças
- Ser negativo, pessimista
- Promover e participar de “fofocas”
- Adiar e depois correr atrás do prejuízo
- Ser desorganizado
- Não compartilhar experiências
- Compartilhar experiências demais
- Sempre levar as coisas para o lado pessoal
Para muitos a história da caneta pode até passar despercebido, afinal de contas quanto vale uma “Caneta Bic?”, para os demais tenho certeza que o pensamento viajou nas possíveis situações passivas de comprometimentos vividas no passado e não percebidas, cabendo a pergunta: Quais meus bons e maus hábitos?
Breno Boges
Bacharel em Administração pela UNIFEMM – Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Pessoas pela faculdade SENAC – BH – Consultor RH – Especialista em Gestão estrategica de Pessoas.
Consultor em Sete Lagoas e região da Rede de Recrutadores do Brasil.
Adminitrador da agência APOLO – www.APOLO.srv.br