No artigo de hoje venho falar sobre as taxas cobradas no mercado de crédito no Brasil. Diferentes modalidades de empréstimos à pessoafísica envolvem a cobrança de diferentes taxas de juros, como é natural de esperar.
No entanto, olhando bem de perto, podemos observar que as diferenças entre as taxas praticadas no Brasil são muito acentuadas, como podemos observar nos exemplos abaixo:
- Crédito pessoal de financeira: 15% ao mês = 435% ao ano (juros compostos)
- Crédito rotativo – cartão de crédito: 12% ao mês = 290% ao ano (juros compostos)
- Cheque especial: 8% ao mês = 152% ao ano (juros compostos)
- Crédito pessoal de banco (correntistas): 4% ao mês = 60% ao ano (juros compostos)
- Crediários (taxa efetiva embutida): 4% ao mês = 60% ao ano (juros compostos)
- Financiamento de automóvel usado: 2,49% ao mês = 34% ao ano (juros compostos)
- Crédito cooperativo ou consignado: 2% ao mês = 27% ao ano (juros compostos)
- Financiamento de automóvel novo: 1,49% ao mês = 19% ao ano (juros compostos)
- Financiamento imobiliário: 1% ao mês = 13% ao ano (juros compostos)
Por que tamanha diferença nas taxas?
As modalidades de crédito apresentam diferenças expressivas em três principais aspectos:
- A facilidade e rapidez com que o tomador consegue embolsar a grana
- As garantias reais exigidas de quem pede emprestado
- A probabilidade de se configurar inadimplência, ou seja, as chances de a instituição financeira levar calote do tomador.
Pense no cheque especial ou no crédito rotativo dos cartões de crédito: existe coisa mais prática do que recorrer a essas modalidades de empréstimo pessoal? Rapidez e facilidade são a marca desses dois tipos de dívidas, que não podem ter garantia específica em contrapartida e costumam ser – não sem motivo – as que apresentam maior nível de inadimplência. Pronto: está aí boa parte da explicação para taxas tão elevadas.
De outro lado, pense em um financiamento imobiliário: aquela papelada toda exigida para aprovar o crédito, o tempo que demora, a garantia real que o seu financiador exige de você (seu próprio imóvel) e a baixíssima probabilidade de o devedor sequer pensar em deixar de pagar as prestações do teto que cobre a cabeça de sua família. Por isso tudo, a taxa de juros cobrada de quem toma dos bancos para comprar sua casa própria acaba sendo a menor do mercado de crédito no país.
Espero que tenha esclarecido, o porque, das diferenças entre as taxas existentes no mercado, até o próximo artigo, obrigado e um abraço a todos!